Governo mapeia projetos de mobilidade em 21 regiões metropolitanas

Porto Alegre é uma das cidades monitoradas no estudo

Crédito: Paulo Pinto/Agência Brasil

Boletim Informativo nº 3 do Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU) traz os avanços no diagnóstico na mobilidade urbana das 21 maiores regiões metropolitanas do Brasil. Com quase 40% do estudo realizado, foram identificados, no levantamento preliminar, 400 projetos com valor estimado superior a R$ 600 bilhões. Esse total é bem superior ao déficit de R$ 300 bilhões estimado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

As localidades contempladas pelo estudo abrangem, além de Porto Alegre, as regiões metropolitanas de Florianópolis, Curitiba, Santos, Campinas, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Goiânia, Distrito Federal, Salvador, Maceió, Recife, João Pessoa, Natal, Teresina, São Luís, Fortaleza, Belém e Manaus.

Os dados analisados farão parte do primeiro banco de projetos de ´transporte coletivo de média ou alta capacidades (TPC-MAC) do País. O banco deverá ser composto por dezenas de projetos, identificados como prioritários para essas 21 regiões metropolitanas. Entre os transportes de média e alta capacidade, estão trens, metrôs, veículos leves sobre trilhos (VLT) e bus rapid transit (BRT).

“Quando concluirmos esse estudo, teremos um mapa que vai orientar nossas cidades na direção de um futuro mais verde e sustentável”, declarou Luciana Costa, diretora Infraestrutura e Mudança Climática do BNDES.

Luciana lembra, ainda, que a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros é uma prioridade do governo. “Reduzir o tempo que as pessoas levam para ir e voltar ao trabalho, longe da família, é um dos maiores desafios de nossas cidades. Essa melhoria no ambiente urbano também deve trazer melhorias ao meio ambiente como um todo, com a redução das emissões de gases do efeito estufa”, observou a diretora.

ANÁLISE CRÍTICA

Como parte da elaboração do Banco de Projetos de TPC-MAC, os consultores contratados fazem a análise crítica das propostas levantadas. O objetivo é avaliar se os investimentos são compatíveis com a demanda esperada para os próximos 30 anos, além de identificar casos de sobreposição ou desatualização dos projetos.

“Investir no planejamento das cidades e em soluções adequadas para a realidade de cada local é essencial para assegurar qualidade de vida aos brasileiros. O compromisso do Ministério das Cidades com mobilidade urbana é tornar as cidades mais inteligentes, com corredores exclusivos e transporte públicos com menos emissões de poluentes. O retorno é a redução do tempo e conforto no deslocamento das pessoas”, afirmou o ministro das Cidades, Jader Filho.

Entre abril e junho, devem ser concluídas as análises para as 21 regiões metropolitanas. O resultado final, incluindo informações detalhadas sobre os projetos e a metodologia de priorização, será conhecido até dezembro. Até lá, serão divulgados resultados parciais com a análise dos projetos identificados.

Resultados do diagnóstico apresentados no Boletim mostram como a mobilidade urbana está organizada em cada uma das regiões estudadas. A publicação traz aspectos como planejamento, transparência, cobertura do transporte público coletivo (TPC), níveis e integração tarifária, quantidade de emissões de poluentes e segurança no trânsito.

O estudo revelou que apenas as regiões metropolitanas de Goiânia (GO), Vitória (ES) e Recife (PE) tratam o transporte público de forma integrada. Nessas regiões metropolitanas, estado e municípios se associaram para tratar o transporte público de forma integrada na metrópole. Um resultado disso é que, nas duas primeiras, o usuário do serviço paga uma tarifa integrada com preço único.

Outro aspecto relatado na publicação é que São Paulo (SP) e Belo Horizonte (MG) são as únicas cidades do Brasil que divulgam na internet informações completas, com dados operacionais. O Rio de Janeiro, por sua vez, é a única região metropolitana em que mais de 30% da população reside a menos de 1 km das estações de transportes públicos coletivos de média e alta capacidade (TPC-MAC).

Boletim Informativo nº 3 apresenta ainda um caso de desenvolvimento de mobilidade urbana que possa servir de modelo para as cidades brasileiras. Nessa edição, são abordadas a região metropolitana de Nova Iorque e a agência que coordena o transporte público em toda a área.