Calçadistas avaliam como positiva a aprovação da desoneração da folha na Câmara

Decisão traz maior segurança jurídica para as empresas

Foto: JOSÉ CRUZ / AGÊNCIA BRASIL

A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) avalia positivamente a aprovação do projeto de lei que garante a continuidade da desoneração integral da folha de pagamentos para 2024, com cobrança híbrida até o final de 2027. Após passar pelo Senado Federal, o projeto foi votado na quarta-feira à noite na Câmara dos Deputados, prazo máximo dado pelo Supremo Tribunal Federal. Como o prazo máximo do STF era para a sanção presidencial, a Advocacia Geral da União (AGU) solicitou mais três dias de prazo ao STF.

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, que acompanhou de perto a votação, destaca que a aprovação traz maior segurança jurídica para as empresas. “Embora não seja o ideal, o projeto acordado com o Governo Federal aprovado traz um pouco mais de tranquilidade para as empresas”. Segundo ele, o justo era a manutenção do PL original aprovado pelo Congresso Nacional e vetado pelo Executivo no ano passado, que mantinha a desoneração da folha de pagamentos integral até o final de 2027. “Não foi respeitada a vontade soberana do Congresso Nacional naquela oportunidade”, diz.

Após longas discussões entre o legislativo e o Executivo, acabou sendo estabelecido um acordo que garantia a desoneração integral até o final deste ano, com cobrança híbrida de 2025 até 2027. Conforme o projeto aprovado, a contribuição sobre a folha de pagamentos passa a ser de 5% em 2025. Em 2026, a contribuição será elevada para 10% e em 2027 para 15%. A partir de 2028 volta a cobrança integral de 20% sobre a folha de salários. A alíquota sobre a receita bruta também irá diminuir gradualmente, em 20%, 40% e 60%. “A partir de 2026, em alguns casos o mecanismo nem fará mais sentido para as empresas”, acrescenta Ferreira.

Segundo Ferreira, com a aprovação da transição, o próximo passo é atuar fortemente para que na Reforma Tributária, todo o emprego brasileiro seja desonerado. “Não faz nenhum sentido onerar a criação de empregos em um país com tantos problemas sociais”, conclui.