O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) lançou nesta segunda-feira, 5, a primeira edição do Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID). O índice constitui um mapa completo e atual da inovação no País, revelando o desempenho dos ecossistemas locais de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) sob diferentes perspectivas. Além de fornecer métricas detalhadas sobre o desempenho da inovação nas cinco Grandes Regiões e 27 Unidades da Federação, o IBID identifica líderes nacionais e regionais em inovação, classificando os estados e regiões com base em critérios que incluem os resultados do processo inovativo e os fatores que o influenciam.
Nesse sentido, o objetivo do IBID é identificar potencialidades e desafios para a inovação sob uma ótica regional, contribuindo para orientar políticas públicas e estratégias corporativas nessa área. “Com o Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento, o INPI entrega ao país uma referência de medida da inovação com alcance regional. Trata-se de um instrumento fundamental para formulação e monitoramento de políticas públicas” afirma o presidente do Instituto, Júlio César Moreira.
O IBID foi desenvolvido com base na metodologia do Índice Global de Inovação (IGI), da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). Publicado desde 2007, o IGI é o indicador global de referência no tema, classificando 132 países a partir de suas potencialidades e gargalos. Na edição mais recente, em 2023, o Brasil ocupou a 49ª posição no ranking mundial e a primeira posição no ranking regional (América Latina e Caribe), subindo cinco colocações em relação ao ano anterior.
INDICADORES ESTATÍSTICOS
Medido por um número que varia de 0 a 1, o IBID é um índice sintético que agrega 74 indicadores estatísticos coletados junto a fontes oficiais e/ou disponíveis publicamente, os quais são distribuídos em sete pilares (instituições, capital humano, infraestrutura, economia, negócios, conhecimento e tecnologia e economia criativa). Esses pilares subdividem-se em 21 dimensões, como crédito, investimentos, educação, ambiente regulatório, sustentabilidade, criação de conhecimento, ativos intangíveis, entre outros.
“A inovação passou a ser considerada de modo mais geral e horizontal em sua natureza: não está mais restrita aos laboratórios e artigos científicos. O IBID trabalha com esta definição ampliada do processo inovativo”, explica o economista-chefe do Inpi, Rodrigo Ventura.
Dessa maneira, o IBID permite identificar – dentro de cada um de seus pilares de inovação e dimensões associadas – quais são as potencialidades e desafios de cada estado e região do Brasil, bem como os diferentes fatores que influenciaram a sua classificação nos diversos rankings para cada tema analisado.
De acordo com os dados da primeira edição do IBID, referente a 2024, as cinco economias mais inovadoras do Brasil são as seguintes: São Paulo (0,891), Santa Catarina (0,415), Paraná (0,406), Rio de Janeiro (0,402) e Rio Grande do Sul (0,401). A média nacional é de 0,291. Veja o ranking:
Considerando as regiões do País, os líderes são os seguintes: São Paulo (Sudeste), Santa Catarina (Sul), Distrito Federal (Centro-Oeste), Rio Grande do Norte (Nordeste) e Tocantins (Norte), praticamente empatado com o Amazonas. Confira o cenário dos estados por faixa do IBID:
– As economias do Nordeste apresentam desempenho em inovação acima do esperado em relação ao seu nível de renda;
– Os estados do Sul são mais eficientes na conversão de seus insumos em produtos de inovação;
– Os cinco primeiros no ranking apresentam um desempenho sólido na maioria dos sete pilares; e
– O desempenho nacional médio não fornece um retrato completo da inovação no País em face dos diferentes desafios e potencialidades regionais.
Ainda em 2024, o INPI irá consolidar os dados em relação aos anos anteriores, construindo uma série histórica.
(*) Com Agência Gov.Br