O Brasil se firma, com 10,5% de taxa de juros ao ano, na 2ª colocação no ranking mundial de juros reais elaborado pela MoneYou, instituição financeira que oferece serviços bancários e financeiros. O país está abaixo da Rússia e à frente do México, os quais alternaram a primeira e terceira colação e acima de Turquia, Indonésia e Hungria. A taxa real é uma combinação de inflação projetada para os próximos 12 meses, via coleta do Relatório Focus do Banco Central (BC) de 3,96% e a taxa de juros DI a mercado dos aproximados próximos 12 meses.
Ainda que as recentes declarações do governo em relação à questão fiscal possam afetar a abertura das curvas de juros, a combinação de inflação mais baixa e cenário externo positivo ajudou no fechamento dos vértices mais curtos.
O Brasil cai à 3ª colocação com corte de 50 ponto percentual ou 25 ponto percentual. Em termos nominais, preserva a 6ª colocação, abaixo da Turquia, que assumiu o primeiro lugar, Argentina, Rússia, Colômbia e México e acima de África do Sul, Hungria e Filipinas.
O cenário para o corte de juros continua fortemente retido pela questão fiscal, a insistência arrecadatória do governo e nenhuma sinalização de controle de gastos, o que se une com a série mais recente de indicadores inflacionários, especialmente eventos climáticos como La Niña e a tragédia no Rio Grande do Sul. Estes elementos deram um peso maior da inflação de alimentos, que pode ter dificuldade de se dissipar, além da pressão do câmbio sobre a inflação. A postura cautelosa do Federal Reserve mantém o dólar como outro ponto de atenção ao COPOM, em meio à possibilidade de um corte de juros cada vez mais remota nos EUA.