Prejuízo milionário e receio de inundações geram saída de empresas no 4º Distrito, em Porto Alegre

Uma companhia teve prejuízo de quase R$ 5 milhões

Prejuízo milionário e receio de inundações geram debandada de empresas no 4º Distrito, em Porto Alegre | Foto: Camila Cunha/CP

Além das pilhas de lixo e do forte odor de esgoto, prejuízos milionários também fazem parte do rastro que a enchente deixou no 4º Distrito, em Porto Alegre. A região, que fica localizada entre o Centro Histórico e o Aeroporto Internacional Salgado Filho, era espaço disputado por empreendimentos. No entanto, após a água ter ultrapassado dois metros em alguns pontos, os empresários começam a deixar o local.

Leonardo de Paula, de 44 anos, é proprietário da Superblind Cortinas e Persianas, na avenida São Pedro, bairro São Geraldo. Ele afirma que, desde o início do ano, foi o quarto alagamento no local. A decisão de ir para outro imóvel ocorre após o dilúvio gerar prejuízo de aproximadamente R$ 5 milhões.

“Produtos caros, como os tecidos de seda, ficaram totalmente inutilizados e agora servem para limpar os pés. Além disso, estamos sem operar desde o dia 2 de maio. Já é a quarta vez que somos inundados, não vou esperar pela quinta”, disse.

No mesmo bairro, Ronaldo Santos, de 50 anos, tem uma empresa de construção a seco. A equipe retornou ao trabalho após o recuo da água, mas as perdas no estabelecimento superam R$ 5 milhões. Ele ainda não sabe para onde vai levar os funcionários, mas já bateu o martelo sobre a mudança.

“Ainda estamos procurando um novo local, mas o certo é que vamos sair do 4º Distrito. Durante as chuvas de setembro e outubro do ano passado, também ficamos debaixo d’água. Ainda estávamos nos recuperando disso quando ocorreu a última enchente. Vamos nos mudar, antes que aconteça outra vez”, ponderou o empresário.

A Engetec do Brasil, que faz serviços e manutenção em elevadores, alugou um galpão na rua São Jorge, no bairro Navegantes. Ali, a água dos bueiros atingiu 1,8 metros e gerou prejuízo de aproximadamente R$ 1,5 milhões.

Mario Barragana, de 50 anos, é irmão do proprietário da empresa. Ele relata que a perda de equipamentos, como no caso dos motores, foi praticamente total. O prejuízo e a contaminação do lodo obrigam a saída do prédio.

“As peças que a água não comprometeu, estão contaminadas por lama. Somado a isso, nossa mãe passou por tratamento de saúde e está co imunidade baixa. Ela costumava fazer visitas aqui, mas agora não podemos permitir a exposição dela a esse ambiente”, destacou.