Em visita a Cruzeiro do Sul, um dos municípios mais afetados pelas enchentes no Vale do Taquari, o presidente Lula disse que o povo gaúcho “não está sozinho” após a calamidade histórica. A declaração foi feita à imprensa, nesta quinta-feira, depois da visita aos escombros do bairro Passo de Estrela, às margens do rio Taquari, onde por volta de 650 residências foram destruídas. O local apresenta um verdadeiro rastro de destruição, com montanhas de entulhos e terra tomando conta do que um dia foi uma comunidade próspera.
Lula esteve acompanhado do governador Eduardo Leite, dos ministros da Defesa, José Múcio, do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, da Saúde, Nísia Trindade, da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, das Cidades, Jader Filho, e da Secretaria Extraordinária para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, mais os prefeitos de Cruzeiro do Sul, João Dullius, de Lajeado, Marcelo Caumo, e de Estrela, Elmar Schneider.
Na chegada, por volta de 12h10min, ele cumprimentou cerca de onze famílias de moradores do antigo local. A comitiva havia pousado de helicóptero no Estádio Alvi-Azul, do Lajeadense, em Lajeado. Conforme estava previsto, não houve anúncios formais, que seriam feitos na segunda parte da agenda, no município de Arroio do Meio, na mesma região.
“A gente vai estar junto, vamos ajudar a reconstruir a dignidade do povo do Rio Grande do Sul”, declarou Lula aos jornalistas, acrescentando que, hoje, “é tudo tão difícil, tudo muito complicado, tudo tem um manual dizendo o que pode e o que não pode”, se referindo à burocracia para o avanço de projetos de reconstrução. “Nesta semana, fiz uma reunião com os superintendentes da Caixa e do Banco do Brasil aqui do estado, fazendo um apelo para eles. Pelo amor de Deus, é importante que a gente leve em conta que estamos em um caso excepecional. Temos que estudar uma resposta imediata a este povo que precisa”.
Ainda segundo Lula, a reconstrução deve ser com responsabilidade, evitando locais vulneráveis. “Não podemos reconstruir um pronto-socorro ou escola em lugar vulnerável, não podemos fazer casas neste lugar. Está provado que este é um lugar reservado para a água. Nós, humanos, ocupamos sem saber muitas coisas, e agora a natureza nos alertou”, disse o presidente.
O governador Eduardo Leite também se manifestou após a visita, afirmando, assim como o ministro da Secretaria Extraordinária para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, que Lula estava “muito sensibilizado” com o que havia visto. “Essa dor toca no coração de qualquer pessoa”, comentou o governador.
