55Equipes coordenadas pelo Departamento de Infraestrutura (DINFRA) do TJRS atuam para recuperar os locais do Judiciário gaúcho atingidos pelas enchentes que assolaram o Estado. Na sede do Tribunal de Justiça do RS, avanços são alcançados gradualmente diante dos estragos que puderam ser observados durante inspeção realizada nesta terça-feira . A água, que chegou a tocar a escadaria que dá acesso ao saguão do prédio principal, danificou equipamentos de áreas técnicas, inundou partes inferiores e deixou espaços ainda intransitáveis, onde se acumula muita lama.
O trabalho de limpeza no prédio do TJRS acontece desde o início da semana passada, quando a água recuou e foi possível a instalação de geradores que fornecem a energia do prédio para o serviço de drenagem dos subsolos. Hoje, equipamentos e móveis danificados eram removidos para descarte. Os avanços incluem a recuperação das bombas próprias de drenagem. Ainda nesta semana, deve começar a lavagem com hidrojatos para remoção da lama e lodo de pisos e paredes.
O foco inicial, explica Giovani Lino, Diretor do DINFRA, é no restabelecimento de energia, de modo a permitir recompor os demais sistemas imprescindíveis ao funcionamento e segurança do prédio. “Além da energia, a subestação já foi limpa na semana passada para iniciar esse processo de reativação de transformadores e geradores. Existe, também, uma etapa subsequente de recomposição das bombas, tanto dos sistemas de abastecimento de água potável, como de incêndio”, explica.
Só depois é que áreas poderão ser gradualmente liberadas. “Após isso, e acreditamos que em torno de 30 a 45 dias, nós vamos conseguir ter condições de dar segurança para acesso ao prédio”, diz Lino, que projeta a reabertura ao público externo para o final de julho.
O Diretor do DINFRA fez uma avaliação dos estragos causados pelas cheias. “A proporção dos danos no prédio foi inconcebível. O nível que a água atingiu, a ponto de cobrir toda a área técnica do prédio, todas as subestações, transformadores. Isso é muito impactante”, disse. Lino, porém, diz que não há indício de risco estrutural no prédio, situação que vem sendo monitorada; “Mesmo que a água tenha ficado tantos dias nos subsolos, não visualizamos, pelo tipo de estrutura que o prédio foi construído, qualquer impacto”.
Ainda durante a tarde, equipe do DINFRA participou de reunião diária para coordenação dos trabalhos.
Comarca da Capital e Foros do Interior
Em relação a outros prédios do Judiciário atingidos pelas enchentes, o Prédio II (Cível) do Foro Central da Comarca de Porto Alegre foi o primeiro a ter acesso. Conforme o DINFRA, limpeza e restabelecimento de água potável já foram concluídos, e está em andamento a recuperação de três elevadores, o que deve permitir a liberação ao público interno a partir da próxima semana e, ao público externo, com alguma restrição, a partir do dia 17.
No Foro I (Criminal), onde os equipamentos foram fortemente atingidos, a retomada definitiva da energia deve acontecer em 45 dias. Geradores garantem o serviço de plantão e júris devem ser liberados até o final de junho. Para o final de julho, é previsto o retorno de público nas demais unidades.
No Foro Regional do Sarandi estão sendo recuperados elevadores e já houve restabelecimento de energia e água potável. A reabertura ao público é esperada para o final da semana que vem. Apenas ontem foi possível o acesso aos prédios dos Arquivos Judiciais. Nesse local, o trabalho inicia pela parte administrativa, seguido de restabelecimento de toda a áreas de depósito.
Prédios com avarias significativas, nos Foros de Estrela, Arroio do Meio e Eldorado do Sul, a limpeza está em andamento, e a retomada de atividades deve acontecer em final de julho, começo de agosto. Em Feliz, Igrejinha e São Sebastião do Caí os serviços estão mais adiantados, e a abertura ao público externo será possível nas próximas semanas.
