O Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Rio Grande do Sul (SETCERGS) está atento ao impacto da recente queda nas exportações do Estado no segmento de transporte e logística. A redução nas vendas externas, especialmente devido à menor demanda da China e dos EUA e à crise na Argentina, tem gerado preocupação no setor.
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços apontam que as exportações do Rio Grande do Sul tiveram uma queda de 17,21% no primeiro trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse é o menor índice dos últimos três anos, com um montante total de US$ 875 milhões a menos em vendas para outros países.
Segundo a Associação Brasileira de Transporte Internacional (ABTI), todas as principais fronteiras com a Argentina registraram uma diminuição no transporte em comparação com o total de operações de 2022. Os dados coletados a partir de informações fornecidas pela Receita Federal do Brasil revelam quedas expressivas em diversas fronteiras, como Uruguaiana – Paso de Los Libres/AR (-16,13%), São Borja – Santo Tomé (-8,42%) e PSR de Dionísio Cerqueira (-10,94%).
No comércio com a Argentina, as principais quedas ocorrem no âmbito de produtos ligados à cadeia automotiva, como peças e carrocerias, e de máquinas agrícolas. Para a vice-presidente de Transporte Internacional, Andressa Scapini, é importante compreender os impactos dessas quedas nas operações logísticas do estado.
“A análise macro econômica da Argentina indica retração de 2,8% em 2024, resultado estimado também influenciado pelo cenário de queda nas exportações do RS. Em contrapartida, a expectativa do Fundo Monetário Internacional (FMI) é a forte reação em 2025 e retomada em 5%. O transporte rodoviário de cargas internacional vem sofrendo os impactos na economia do país vizinho desde 2023, com queda no consumo e, por conseguinte, nas exportações”, afirmou.