Metroviários indicam greve caso governo federal não retire Trensurb do PND em abril

Apesar de anúncio feito em março, até o momento promessa não foi cumprida

Foto: Luiz Soares / Trensurb / Arquivo

O Sindicato dos Metroviários do RS (SindimetrôRS) afirma que espera até o próximo dia 30 para a retirada concreta da Trensurb do Plano Nacional de Desestatização (PND), ou, caso contrário, deliberará a possibilidade de greve dos metroviários em assembleia futura. A informação é da vice-presidente do sindicato, Ana Paula Almada. De acordo com ela, há articulações feitas em conjunto com a CBTU, de Recife/PE, embora as mesmas não estejam formalizadas. Procurada para comentar, a Trensurb disse que se manifestaria ainda nesta tarde.

Assim como o metrô gaúcho, a CBTU ouviu a promessa de remoção do PND por parte do governo federal. No entanto, isto foi descumprido até o momento em ambos os casos. O anúncio da retirada da Trensurb da desestatização, demanda histórica dos sindicatos, que rechaçam a intenção de privatizá-la, foi feito no último dia 5 de março pelo diretor-presidente da estatal, Fernando Marroni, com sinalização de cumprimento da demanda até abril, segundo Ana.

“Porém, até agora, nada de efetivo foi feito. Entendemos, contudo, que o governo vai cumprir o acordado, visto que muitas pessoas do alto escalão se comprometeram publicamente”, afirmou ela. Na ocasião, a Trensurb registrou que “a decisão do governo federal se alinha ao compromisso do diretor-presidente e da atual gestão da empresa com a preservação dos serviços públicos e sua visão estratégica para o fortalecimento da estatal”.

Ainda, a Trensurb, citando fala de Marroni, afirmou que “a decisão pela retirada do PND é mais um passo na direção da promoção do desenvolvimento sustentável e da melhoria da qualidade de vida para a população”. A direção também “esteve à frente da aprovação de resolução do Conselho das Cidades, ligado ao Ministério das Cidades, que recomendou a retirada da empresa e da CBTU do plano”.

Em suas redes sociais, o SindimetrôRS publicou, no começo de abril, que seus representantes estiveram em Brasília um mês antes e haviam retornado “com mais uma promessa de retirada da empresa da lista de privatizações”. Já quanto aos acordos coletivos, a situação está superada desde agosto de 2023, quando, conforme a vice-presidente do SindimetrôRS, o valor foi fechado com validade de dois anos. “Neste acordo, renovamos as cláusulas sociais e obtivemos um reajuste de 3,45%, assim como aumento nos tíquetes. Para este ano, estamos engatilhados com o reajuste do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC)”, salientou Ana.