Totens de segurança em Porto Alegre: impressões e funcionalidade

População aprova, mas ainda desconhece todas as funcionalidades desse instrumento que está em uso desde dezembro do ano passado

Os totens têm 4 metros de altura, quatro câmeras para cobertura de 360° e foco na vigilância ostensiva - Foto: Guilherme Almeida

Os totens interativos de segurança e vigilância instalados na região central de Porto Alegre estão deixando uma boa impressão, embora algumas pessoas ainda não estejam totalmente informadas sobre suas funcionalidades.

Fernanda Abreu, estudante de farmácia de 23 anos, passa diariamente em frente ao totem próximo ao Auditório Araújo Vianna. Embora não saiba exatamente como funciona, ela reconhece sua importância, e destaca que na zona Norte esse recurso não está disponível.

“Eu acho que é melhor do que nada. Eu não sei exatamente como funciona, apenas que precisa se aproximar e apertar um botão. Felizmente, não passei por situações perigosas, mas achei interessante. É algo novo”, comentou.

Victor Hermann, 19 anos, de Novo Hamburgo, notou os totens na Rodoviária e mencionou ter visto pessoas passando trotes. Ele considera a ideia interessante, mas aponta a facilidade para acionar sem uma emergência real.

“É uma ideia interessante, mas também é muito fácil de alguém só apertar e você ir correndo, eu já vi gente que fez isso”, revelou.

Eloide Mousquer mora em Cascavel, no Paraná, e está visitando a filha em Porto Alegre. Ela expressou sua aprovação à presença do totem de segurança, embora não esteja familiarizada com suas funcionalidades.

“Eu nunca ouvi as informações que ele passa para a população. Na verdade eu não conhecia, mas eu acho de superimportante. Eu acho que numa sociedade em que nós vivemos, onde a insegurança é diária, digamos assim, é uma forma que a segurança encontrou para que a população tenha mais segurança”, disse.

O material instalado em dezembro de 2023 tem 4 metros de altura, é composto por quatro câmeras para cobrir 360° e tem o foco na vigilância ostensiva. Além das câmeras e alto-falante, os totens abrigam sensores antivandalismo sirene e giroflex. Os aparelhos também estão preparados para realizar o reconhecimento facial.

De acordo com a Secretaria Municipal de Segurança (SMSEG), nos primeiros meses de uso dos totens, houve diversos acionamentos, abrangendo desde trotes até pedidos legítimos de socorro e informação.

No primeiro mês de uso dos totens – 23 de dezembro a 23 de janeiro – foram 275 acionamentos. Nesse número estão relacionados as tentativas de trote: 216; acionamentos do sistema antivandalismo: 32; furtos e roubos: 5; pedido de acolhimento nos albergues municipais: 5; vibração das ruas e/ou vento (não intencionais): 4; pedidos de socorro por motivos de saúde: 3; pedidos de informação: 3; brigas: 2; desaparecimento: 1; outros: 3.

Já no terceiro mês de uso – de 23 de fevereiro a 23 de março – os dados da SMSEG revelam 286 acionamentos, sendo trote: 204; acionamentos do sistema antivandalismo: 34; pedido de ajuda no âmbito da abordagem social: 15; pedidos de informação: 13; furtos e roubos: 7; pedidos de socorro por motivos de saúde: 4; perda de documento: 2; denúncia de violência doméstica: 1; outros: 6.

O secretário municipal de Segurança, Alexandre Aragon, ressaltou que os totens representam uma evolução dos sistemas japoneses e ingleses da década de 50, tendo uma função preventiva e dissuasória. Sobre os trotes, ele explicou que a tecnologia do sistema, que permite gravação, contribui para reduzir o número de tentativas.

“Uma evolução desse sistema é que o trote ele acaba por si só, porque o que nós temos hoje são tentativas de trote. Porque o próprio sistema informa a pessoa, quando aciona a primeira vez, que ela está sendo gravada e dirime essa pessoa de desviar os recursos públicos, seja viaturas, seja uma ambulância, ou qualquer outra coisa, que podem ser empregadas em outros locais, ou seja, a pessoa no momento que ela aperta, ela é informada que está sendo gravada e se ela realmente tiver emergência que ela aperte a segunda vez, então esta é uma evolução, é uma evolução brasileira, que nós tivemos que nos adequar à cultura brasileira, a cultura do trote”.