Operação investiga lavagem de dinheiro em restaurantes de Gramado

Operação Komendador tem como alvo esquema coordenado por familiares do traficante Jair Cabeludo

Foto: Polícia Civil / Rádio Guaíba

Cinco restaurantes e uma loja de roupas foram alvo da Polícia Civil, nesta sexta-feira, em Gramado, na Serra gaúcha. Ainda no município, diligências ocorreram em um condomínio de alto padrão. No residencial moram familiares de um traficante, suspeitos de terem lavado dinheiro oriundo do tráfico através dos empreendimentos.

Os investigados são genro e filha de ‘Jair Cabeludo’, líder de uma facção com base no Vale do Sinos. A dupla é proprietária das empresas em Gramado. Eles também são donos de um sexto restaurante, em Xangri-Lá, e de mais um imóvel de luxo, em Capão da Canoa, no litoral Norte.

Tanto nas empresas como nos imóveis foram cumpridos mandados de busca e apreensão. Ao todo, foram 11 ordens judiciais que integram a chamada Operação Komendador.

Houve também quebras de sigilos bancário, fiscal e bursatil de seis pessoas físicas e nove, jurídicas. Os investigados ainda sofreram bloqueio de bens, incluindo dois veículos avaliados, em conjunto, R$ 2 milhões.

A ação decorreu de investigações da DP Regional de Gramado, sob comando do delegado Gustavo Barcellos. O Departamento de Investigações Criminais (Deic), através da Delegacia de Repressão aos Crimes de Lavagem de Dinheiro, também apoiou a ação.

“A lavagem de dinheiro ocorreu por meio da aquisição e operacionalização de restaurantes, localizados na área central de Gramado e no litoral Gaúcho, bem como pela compra de bens de valor elevado, como automóveis Porshe, BMW, Audi, entre outros”, afirmou o diretor da Divisão de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro do Deic, delegado Cassiano Cabral.

De acordo com o delegado regional Gustavo Barcellos, a ação focou em reprimir o branqueamento de capitais no ramo gastronômico da Serra gaúcha. “Esse esquema de lavagem de dinheiro traz prejuízos aos empresários do setor, que atuam com esforço e dedicação para ofertar serviços de excelência. Não podemos tolerar que a organização criminosa lance seus tentáculos em uma atividade econômica tão relevante para o turismo da região, considerada um dos principais destinos turísticos do Brasil”, disse.

Além da filha e do genro de Jair Cabeludo, que está preso na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), uma rede de laranjas também é investigada. São pessoas que cederam nomes e contas bancárias para dar aparência lícita aos valores do tráfico. A expectativa é que documentos apreendidos nesta manhã auxiliem a identificar todos os envolvidos.