Estado divulga balanço sobre transplantes de órgãos e tecidos

Números foram apresentados em evento de planejamento nesta tarde em Porto Alegre, que também objetiva aumentar o número de doadores e procedimentos

O governo do Estado divulgou nesta terça-feira os números referentes a transplantes de órgãos e tecidos efetuados em 2023. O levantamento foi apresentado em encontro no auditório da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, que serviu também para o planejamento de ações ao incentivo de doadores e ampliação do total de procedimentos.

A rede estadual realizou 715 procedimentos, 20,16% a mais do que em 2022, quando ocorreram 595 transplantes. Os números são referentes a órgãos sólidos (rim, coração, pulmão e fígado) e excluem tecidos (córneas e pele) e ossos. Em 2019, último ano antes da pandemia, ocorreram 721 transplantes no RS.

O médico regulador e coordenador adjunto da Central Estadual de Transplantes, Rogério Caruso, destaca que, mesmo tendo sido superado por Santa Catarina e Paraná no número de doadores por população, o Rio Grande do Sul está melhorando seus indicadores. Em 2022, destaca o especialista, o RS foi o sétimo estado com mais transplantes realizados por milhão de habitantes, o que para Caruso evidencia resultados efetivos, principalmente em transplantes de pulmão e transplantes pediátricos de rim e fígado.

“A pandemia representou uma queda no número de doadores e transplantes. Em 2022, houve um aumento no número de notificações, atingindo 732, e o número de doadores voltou a subir, chegando a 197. Em 2023 a recuperação continuou. Até novembro, tivemos 767 notificações de morte encefálica e 262 doadores efetivos. O trabalho precisa continuar intenso”, informou.

O médico conta que, até novembro de 2023, a fila de espera para transplantes de órgãos no Rio Grande do Sul possuía 2.756 pessoas, sendo 1.307 para transplante de rim, 1.202 para córneas, 169 para fígado, 62 para pulmão e 16 para coração. “Atualmente, 44% dos diagnósticos de morte encefálica não são convertidos em doação por conta da não autorização familiar. Na maioria das vezes, pela dúvida se o falecido era doador em vida. Portanto, o simples gesto de conversar em família sobre o assunto já mudaria o cenário”, citou.

A Central debateu ainda o Plano Estadual de Transplantes para o período 2024/2027. O maior desafio é reduzir a fila de espera, o que passa pela redução da negativa de familiares à doação.

O objetivo é alcançar 1.610 transplantes de órgãos sólidos e córneas, somados, em 2024, frente os 1,5mil de 2023. Para isso, instituições governamentais e não governamentais, profissionais da saúde, hospitais, entidades civis e associações presentes no encontro desta terça-feira debateram medidas para difundir o tema para ampliar a conscientização sobre a importância da doação de órgãos e tecidos.

Ao fim do evento, foi apresentado o novo site da Central de Transplantes do Estado, que entrou no recentemente e pode ser acessado em https://saude.rs.gov.br/transplantesrs.