Esgoto corre pelas areias da Praia da Cal, em Torres

Veranistas atribuem o problema à especulação imobiliária

Foto: Guilherme Almeida / Correio do Povo

A Praia do Cal, localizada em Torres, vem sofrendo com a explosão imobiliária, que tem provocado o vazamento do esgoto, que corre para o mar, deixando pelo caminho dejetos e muito mau cheiro. Os moradores locais afirmam que o problema vem ocorrendo há muito tempo, sendo que a Corsan tem atendido aos chamados da comunidade, mas não consegue resolver a situação.

De acordo com Sandra Prezzi de Queiróz, moradora da região, “a infraestrutura não está acompanhando o crescimento”. A Praia do Cal, que se localiza entre o Morro do Farol e o Morro das Furnas, é um um lugar pequeno, com espaço limitado. “E este espaço vem sendo contaminado pelo esgoto a céu aberto, que tem afetado até o calçadão em frente às residências”, destaca.

A casa onde ela veraneia com a família, na rua Cruzeiro do Sul, há mais de 60 anos é uma das poucas que sobrou, pois a maioria das residências foi adquirida por construtoras, que as demoliram e começaram a construir prédios em seus lugares. “Apesar da legalidade da aprovação da prefeitura em relação às obras, os edifícios que estão sendo construídos estão fugindo das normas, por exemplo, tendo mais andares do que o permitido por lei. E a parte dos esgotos não vem sendo aprimorada”, argumenta Sandra.

Ela ressalta que são perceptíveis, além do vazamento do esgoto, o cheiro forte de dejetos, coliformes fecais mesmo”, se desespera.

O marido de Sandra, José Mário, começou em 2020, ano do começo da pandemia do novo coronavírus, a pedir providências junto a Corsan e a Prefeitura de Torres para buscar uma solução. “Não posso ser injusta, o pessoal da Corsan tem aparecido com frequência e faz a desobstrução dos canos, mas tem sido uma solução paliativa. Os canos estão muito velhos e se rompendo”, afirma.

“A gente pede providências, e caso elas não ocorram, tememos de que a Praia do Cal fique inviabilizada. Ninguém poderá mais usar a faixa de areia e muito menos conseguir tomar banho de mar. Eu mesma nem tenho podido aproveitar. Cheguei aqui em meados de dezembro passado, e se fui à beira do mar quatro vezes foi muito”, lamenta.