Polícia vai indiciar motoboy agredido e morador por lesão corporal em Porto Alegre

Caso de racismo também deve ser apurado junto com o abuso de autoridade

O motoboy Everton Henrique Goandete da Silva, de 40 anos, prestou depoimento, na tarde desta segunda-feira, na sede do 9° BPM, em Porto Alegre, acompanhado do advogado, colegas de trabalho e de 11 testemunhas que presenciaram o fato e foram ouvidas pela corregedoria da corporação. Conforme a Polícia Civil, Everton e o idoso devem ser indiciados por lesão corporal. O motoboy afirmou que foi algemado e colocado dentro da viatura assim que os PMs ao chegarem no local da ocorrência no bairro Rio Branco, onde foi ferido com um canivete por um morador. 

“Eu aguardava por uma entrega quando o idoso me feriu no pescoço, ele já veio para cima tentei me esquivar e fui ferido. Espero por justiça nos próximos dias depois de tudo que eu passei”.

O eventual  abuso de autoridade cometido pelos policiais vai ser apurado pela Brigada Militar em uma  sindicância que já foi aberta. O agressor já foi ouvido pela Polícia Civil e o caso de racismo também deve ser apurado. Conforme a polícia, o morador contou, em depoimento, que teria uma desavença antiga com o motoboy. O advogado de Everton,  Ramiro Goulart, afirma que o caso de racismo no ato dos policiais está claro através das imagens feitas por populares.

“Está evidente que é um caso de racismo. Ele foi colocado algemado em uma viatura enquanto o agressor não foi sequer revistado e foi levado n banco traseiro com os policiais. A partir de agora aguardamos por justiça”.

A Defensoria Pública informou que também apura a situação e que expediu ofício solicitando informações sobre a abordagem. A Defensoria também irá propor à Brigada Militar a realização de curso de capacitação em relações raciais para que casos semelhantes não ocorram.