Lula sugere ‘relaxamento’ em fuga de Mossoró

‘Queremos saber como cavaram um buraco e ninguém viu’

Lula é declarado 'persona non grata' em Israel - Foto: Ricardo Stuckert / PR / Divulgação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, neste domingo (18), na Etiópia, que a fuga de dois detentos do presídio federal de segurança máxima de Mossoró (RN), na última quarta-feira (14), pode ter ocorrido com “relaxamento” de servidores e que o governo precisar saber de quem.

“Queremos saber como estes cidadãos cavaram um buraco e ninguém viu”, disse o presidente, que acrescentou que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, foi a “primeira pessoa” a afirmar que seria feita uma sindicância para apurar a possível participação de funcionário do presídio.

A declaração de Lula foi feita em entrevista coletiva após participar da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, em Adis Adeba, capital etíope. Na ocasião, Lula também falou do conflito entre Israel e terroristas do Hamas e comparou a ação do exército israelense na Faixa de Gaza com a atuação do governo nazista de Adolf Hitler contra os judeus.

O presidente foi questionado sobre a intenção do Brasil de elevar as contribuições para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), o que motivou duras críticas de políticos e especialistas. Ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), a agência enfrenta críticas e cortes de doações de países aliados de Israel, como os Estados Unidos, após denúncias de que funcionários teriam participado dos ataques do Hamas a cidadãos israelenses em 7 de outubro.

Segundo Lula, ainda não há definição sobre a quantia que será enviada pelo Brasil à UNRWA. Ao mesmo tempo, o presidente voltou a condenar a atuação de Israel na Faixa de Gaza na guerra contra o Hamas. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus”, afirmou Lula. O presidente também declarou que “o Brasil continua solidário ao povo palestino”.

“O Brasil condenou o Hamas, mas não pode deixar de condenar o que o Exército de Israel está fazendo na Faixa de Gaza”, acrescentou, em outro momento da resposta.