Presos de penitenciária federal de Mossoró escaparam pela luminária da cela, diz Lewandowski

falhas na construção da estrutura também facilitaram fuga

A prisão de segurança máxima abriga 68 detentos - Foto: Secretaria Nacional de Políticas Penais / Divulgação

Os dois presos que fugiram da penitenciária federal de Mossoró (RN) escaparam pela luminária da cela e tiveram acesso a ferramentas usadas na reforma pela qual a unidade passa, afirmou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, nesta quinta-feira (15) em pronunciamento à imprensa.

Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento fugiram da prisão de segurança máxima na madrugada de quarta (14). É a primeira vez que um presídio federal registra uma fuga. Cerca de 300 agentes atuam na captura de Rogério e Deibson. Além da unidade no Nordeste, o país tem quatro outros presídios federais — Brasília (DF), Porto Velho (RO), Campo Grande (MS) e Catanduvas (PR).

Lewandowski avalia que “uma série de fatores” levaram à fuga dos detentos, entre falhas de construção da estrutura prisional e falta de funcionamento de câmeras. Para o ministro, o fato de a ação dos criminosos ter ocorrido na madrugada da terça de Carnaval para a Quarta de Cinzas pode ter facilitado a operação, porque as “pessoas costumam estar mais relaxadas” nesse período.

“Em vez de a luminária e o entorno estarem protegidos por laje de concreto, estava fechada por um simples trabalho comum de alvenaria. Outro problema diz respeito à técnica construtiva e ao projeto. Quando os fugitivos saíram pela luminária, entraram naquilo que se chama de shaft [vão interno para passagem de tubulações e instalações elétricas], onde se faz a manutenção do presídio, com máquinas, tubulações e fiação. De lá, conseguiram alcançar o teto do sistema prisional. Também não havia nenhum laje, grade ou algum sistema de proteção. É uma questão de projeto, quem fez deveria ter imaginado que a proteção deveria ter sido mais eficiente”, avaliou.

“Quando os criminosos ultrapassaram esses obstáculos, foram encontradas ferramentas utilizadas na reforma, não só dentro das celas, mas também no local por onde se evadiram. Eles se depararam com um tapume de metal protegendo o local reformado. Esse tapume pôde ser facilmente ultrapassado. Fizeram uma brecha no tapume e depois, com alicates que cortam arames, cortaram as grades que os separavam do mundo exterior”, completou o ministro.