Mercado aguarda uma super quarta sem novidades

Expectativa é de corte de 0,5 ponto percentual para agora e para a próxima reunião do Copom

Edifício-Sede do Banco Central em Brasília. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A Super Quarta retorna nesta semana, a primeira de 2024, com decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia no final da tarde de quarta-feira, 31, a decisão sobre a taxa Selic, reduzida para 11,75% ao ano na última reunião de 2023.

“É o tipo de data em que o mercado já sabe exatamente o que vai acontecer. O Copom, no Brasil, deverá baixar a taxa em 50 pontos-base. Nos Estados Unidos a taxa não vai baixar. Os juros norte-americanos são determinantes; desta forma o mercado vai se mover levemente incomodado com a ‘não redução americana”, diz o economista, empresário e investidor Bruno Corano.

Esse será, caso sejam mantidas as expectativas, o primeiro dos dois cortes de 50 pontos-base para esse início de ano, de acordo com sinalizações da autoridade monetária. Na última reunião, também em dezembro, o Copom diminuiu os juros em meio ponto, a 11,75%, e novas quedas foram antecipadas na ata do Copom da última decisão, que reforçou a previsão de reduções da mesma magnitude nas próximas reuniões.

Conforme Corano, não há novidade, mas, de qualquer forma, como aparentemente teve uma antecipação – o mercado tentou calibrar, com muita antecedência, essa redução de juros. “O que veremos não é o que o Fed ou o FOMC vão publicar. E sim como o mercado vai se comportar nas próximas reuniões enquanto nada acontecer. Embora já se saiba que não vá nada acontecer. E por quê? Porque o mercado antecipou um pouco desta expectativa”.

Há 12 meses este não era o cenário. Na primeira reunião de 2023, o Comitê decidiu manter a taxa até então praticada, de 13,75% ao ano. A principal aposta no mercado era de quando o Banco Central deveria começar a reduzir a Selic a partir de agosto, demorando este período para entender a dinâmica da inflação e do juro sob a administração petista.