Quando o governo Federal apresentou o programa d a reação esperada, pelo menos é o que se imagina, era justamente as opiniões manifestadas pelo setor produtivo. O que provavelmente o executivo Federal não esperasse era a reação do mercado financeiro. O plano de estímulo à indústria brasileira, resgata políticas de antigas gestões petistas ao prever R$ 300 bilhões em financiamentos e subsídios ao setor até 2026, assim como uma política de obras e compras públicas com incentivo ao conteúdo local.
O mercado reagiu mal ao anúncio, contribuindo para a queda de 0,81% do Ibovespa, principal índice da Bolsa, e a alta de 1,23% do dólar (a R$ 4,98). Nas justificativas, o agravamento do risco do quadro fiscal, no momento em que a meta da equipe econômica de fechar as contas deste ano com déficit zero já é vista como algo cada vez mais distante de ser conseguido. O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, saiu em defesa do investimento, justificando que outros países também estão nessa trilha.
Entretanto, faltaram duas importantes figuras do governo Federal na solenidade de lançamento do programa: Fernando Haddad, da Fazenda, e Simone Tebet, do Planejamento, justamente os dois que ficaram cuidando dos números do orçamento 2024 sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O nosso problema era dinheiro. Se dinheiro não é problema, então, nós temos de resolver as coisas com muito mais facilidade”, disse Lula, ao cobrar os ministros para que apresentem resultados.
Para a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), a proposta tem potencial de incentivar o desenvolvimento do setor assim como o “Plano Safra tem impulsionado o agronegócio do país ao longo dos últimos anos, disse o economista-chefe Igor Rocha. Na avaliação da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), os objetivos do plano estão corretos e em sintonia com o trabalho realizado pelo Grupo de Política Industrial da entidade.
“É importante que as autoridades máximas do País tenham reconhecido o papel da indústria como o setor básico para o desenvolvimento nacional”, destaca o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.