‘Estado de guerra’, diz presidente do Equador sobre onda de violência no país

O presidente do Equador, Daniel Noboa, afirmou nesta quarta-feira (10) que o país vive “um estado de guerra”. Nas últimas horas, o governo equatoriano declarou emergência devido a uma crise carcerária. Organizações criminosas disputam o domínio dos presídios e provocam caos nas ruas e em instituições privadas. A imprensa equatoriana fala em ao menos dez mortes no país.

A onda de violência começou após a fuga do chefe da maior facção criminosa local da cadeia. Líder do grupo Los Choneros, José Adolfo Macias desapareceu da prisão onde estava detido. Apelidado de Fito, ele foi condenado em 2011 a 34 anos de prisão por diversos crimes, incluindo tráfico de drogas e homicídio.

“Estamos vivendo em um estado praticamente de guerra contra o terrorismo, em que alguns deles são financiados com o narcotráfico, outros com tráfico de pessoas, órgãos e armas”, afirmou Noboa. Em seguida, o presidente disse que o momento exige “unidade” e agradeceu o apoio dos países que se manifestaram a favor do governo equatoriano.

Na terça-feira (9), o Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil afirmou que acompanha “com preocupação” a violência no Equador. A pasta disse ainda que “condena as ações de violência conduzidas por grupos criminosos organizados e manifesta solidariedade ao governo e ao povo equatorianos diante dos ataques”.

“O governo segue atento, em particular, à situação dos cidadãos brasileiros naquele país. O plantão consular do Itamaraty pode ser contatado no número +55 61 98260-0610 (inclusive WhatsApp)”, diz a nota.

Em comunicado, o Mercosul também condenou “veementemente os atos de violência perpetrados por grupos relacionados ao crime organizado transnacional” no Equador. “Os Estados Partes do MERCOSUL expressam sua solidariedade ao povo e ao governo do Equador, assim como seu respaldo irrestrito à institucionalidade democrática desse país, no marco do respeito aos direitos humanos”, completa a nota.

Durante a onda de violência, uma emissora de televisão local foi invadida por homens armados, que fizeram os funcionários reféns. Além disso, o dono de uma churrascaria no país, o brasileiro Thiago Allan Freitas, foi sequestrado e criminosos pedem US$ 3.000 para liberá-lo. O comércio na capital Quito e em Guayaquil fechou as portas e as aulas nas escolas foram suspensas em todo o país.