Ataque à base militar no Irã passa perto de usina nuclear

Sistema de defesa aérea derrubou três veículos não-tripulados

Comandante do Exército do Irã, general Seyed Abdolrahim Musavi / Agência IRNA

O ataque da madrugada desta sexta-feira (19) contra o Irã usou drones, teve como alvo uma base militar perto de Isfahan, ocorreu no dia do aniversário de 85 anos do líder supremo do país persa, o aiatolá Ali Khamenei, e passou muito perto — sem atingir — de uma usina nuclear perto do quartel.

Supostamente, os drones pertencem a Israel, que ainda não se pronunciou sobre o episódio, e não há registro de vítimas. Porém, um funcionário graduado do Irã disse que o país até cogita ter sido alvo de um ataque interno, sem relação com Israel. As informações são dos jornais Times of Israel e Jerusalem Post e da agência estatal de notícias do Irã, a Irna. Os disparos desta sexta representam a terceira ofensiva entre Israel e Irã nos últimos dias e provocam calafrios na comunidade internacional por conta de uma escalada do conflito no Oriente Médio.

Em 1º de abril, Israel atacou a embaixada iraniana em Damasco, na Síria, e matou comandantes da Guarda Revolucionária do Irã. O país persa respondeu no último sábado (13), com um maciço ataque de drones sem precedentes — Israel diz que derrubou mais de 300. Nesta sexta (19), supostamente, Israel respondeu com drones de novo. O Irã já sinalizou que não retaliará desta vez.

Como foi o ataque?

O Irã acionou o sistema de defesa nas primeiras horas desta sexta-feira para abater drones lançados contra o território, que tinham como alvo específico uma base militar em Isfahan, a sudoeste e a 450 km da capital Teerã. Os barulhos das explosões ocorreram perto das 4h no horário local, de acordo com um oficial da Guarda Revolucionária do Irã ouvido pela Irna.

O General de Brigada Siavash Mihandoost disse à agência de notícias iraniana que os militares abateram “objetos suspeitos” a leste de Isfahan. Não há registro de danos materiais ou vítimas, segundo o militar. A agência de notícias afirma que uma investigação preliminar mostra que a cidade e a província de Isfahan estão dentro da normalidade.

De onde partiram os drones?

Mísseis de longa distância, equipados com drones, foram lançados a partir de caças. Essa estratégia mostra como é possível evitar os radares de Teerã e, supostamente, pode ser repetida a qualquer momento, destacou o Jerusalem Post.