O primeiro passo para a demolição do edifício Galeria XV de Novembro, conhecido como “Esqueletão”, foi dado na manhã desta segunda-feira, em ato realizado no Paço Municipal de Porto Alegre. O prefeito Sebastião Melo assinou a ordem para início das obras, após a Prefeitura ter recebido liberação por parte da Justiça. Estando prontas as licenças necessárias, em até um mês se iniciam os trabalhos e a estimativa é que até maio a estrutura esteja definitivamente fora da paisagem do Centro Histórico.
Melo declarou na apresentação do projeto que desde que o tempo em que era vice-prefeito, o “Esqueletão” tem sido uma de suas principais preocupações. Ele julga o anúncio como a principal ação de todo o processo. “Esse passo de hoje talvez seja o mais importante de todos. Nós contratamos uma empresa que é testada no Brasil inteiro, já fez demolições, do Oiapoque ao Chuí. Evidentemente é o que nós vamos fazer com esse prédio”, revelou.
Na ocasião, Melo assegurou não haverá nenhum tipo de prejuízo aos comerciantes e moradores em torno da estrutura. Uma reunião está marcada para a manhã desta terça-feira, visando o esclarecimento de dúvidas. “Se tiver algum tipo, digamos assim, na demolição que venha afetar, a prefeitura vai ser responsável por isso, porque nós vamos fazer de forma segura e responder por isso. Então nós vamos dar toda a garantia ao entorno, mas tenho certeza que vai correr tudo bem”, disse.
A coordenação da obra será feita pela Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi), estando prevista para ocorrer em oito etapas. De acordo com o secretário André Flores, o cronograma prevê a demolição feita de forma mista, com o envelopamento do prédio, depois a demolição convencional, feita de forma manual e na sequência a implosão dos dez andares do prédio central.
A empresa escolhida para realização da obra será a FBI Demolições, a mesma que demoliu o antigo prédio da Secretaria de Segurança Pública (SSP), em 2021. No mesmo ano, a estrutura foi atingida por um incêndio e ficou em ruínas.
Abandonado desde a década de 1950, o Esqueletão tem cerca de 13 mil metros quadrados e 19 pavimentos. Para o prefeito Sebastião Melo, a obra tem importância simbólica, pois faz parte do processo de revitalização do Quadrilátero Central.
“Eu acho que de tudo que nós estamos fazendo, eu diria que a reputação do Centro passa muito por essa demolição, porque esse é um símbolo do que não deve acontecer no centro de uma cidade, que é o abandono. É só esse prédio abandonado? Não. Essa é uma atitude que tem que acontecer em relação a muitos outros prédios, como a Rocco, como a Casa Amarela e tantos outros. Agora essa [demolição] cela definitivamente a retomada do Centro, ou seja, com revitalização. Acho que isso é o simbolismo de todo esse processo de investimentos”, avaliou.
Na sequência, o prefeito declarou também que estuda a possibilidade de oferecer incentivos fiscais para que melhorias possam ser feitas por proprietários de imóveis da região do Centro Histórico da Capital. Segundo Melo, o objetivo é tornar o Centro um local mais “aprazível”, com obras nas calçadas, pintura, embelezamento e ajardinamento de prédios.
