Demandas da Região Metropolitana sobrecarregam emergências de Porto Alegre

Transferências tem sido adotadas para tentar regular o atendimento

Os hospitais e pronto atendimentos adulto de Porto Alegre enfrentaram sobrecargas nesta quarta-feira. No fim da tarde, o total geral marcava 149,18% no painel de controle, com as maiores demandas no Hospital Restinga, que atendia o dobro da capacidade. O coordenador municipal de urgências, Paulo Bobek, explicou que transferências são adotadas para tentar regular o atendimento. 

“No momento, o que a gente faz? Tem um processo de regulação dos casos, conforme o atendimento. Nos prontos atendimentos de UPA [Unidade de Pronto-Atendimento], quando a equipe avalia que precisa internar, escreve o paciente na regulação. O nosso sistema, que faz o monitoramento e analisa os pedidos de internação. O que a gente faz? Tenta dar mais celeridade para os casos mais graves no sentido de esvaziar os serviços mais rapidamente. E nas emergências dos hospitais, o mesmo processo. Se o hospital consegue absorver pela capacidade dele, acaba ficando ali, se não, a gente acaba transferindo”, explicou o coordenador.
Pensando na virada de ano, o coordenador mencionou duas medidas que serão adotadas: o funcionamento da Unidade Básica de Saúde no Lami e a instalação um posto de atendimento para suprir demandas da Orla do Guaíba durante as festividades.
” Sábado e domingo vamos abrir a unidade do Lami das 10h às 19h, porque o pessoal vai procurar a praia ali do Lami, que está com uma balneabilidade adequada, então acaba tendo concentração de pessoas lá, sempre tem alguma intercorrência que precisa de um pronto atendimento, a unidade do Lami vai estar aberta nesses horários das 10h às 19h. E na Orla, na Orla 1, ali junto ao gasômetro, vai ter a comemoração de Ano Novo, na virada do ano, nós vamos ter cinco ambulâncias disponíveis, um posto de atendimento para atender também as intercorrências que aconteceram ali, já no sentido de ajudar a desafogar também os pronto atendimentos”, explicou.
Questionado sobre os motivos que levam as superlotações no sistema de saúde de Porto Alegre, Paulo Bobek resumiu em demandas oriundas da região metropolitana e da falta de conscientização sobre papel dos Pronto Atendimentos. Quanto a primeira, explicou que o problema não é isolado da capital gaúcha.
“Segue o processo de discussão com os municípios, a Secretaria de Saúde do Estado, na região metropolitana para ver se equaliza os serviços, porque Porto Alegre tem um limite da sua capacidade instalada. À medida que ele vai sendo usado além da sua capacidade, vai dar uma sobrecarga. Então as situações em Porto Alegre não são só problemas de Porto Alegre, eles precisam ser discutidos no conjunto da região metropolitana”, mencionou o coordenador.
O coordenador das emergências municipais citou que as Unidades de Saúde podem resolver mais da metade das demandas dos pronto atendimentos.
“Os pronto atendimentos de emergência são para situações agudas, inesperadas, inevitáveis, como os traumas de um acidente de trânsito, uma queda, uma dor torácica, uma febre acima de 39°C, aí tu vai para um serviço de emergência, mas o resto, a atenção primária, as unidades de saúde, elas têm condições de resolver 80% dos casos”, explicou Paulo Bobek.