Conselho de Segurança da ONU adia mais uma vez votação sobre trégua na guerra em Gaza

As negociações tentam impedir que os EUA, um dos membros permanentes do órgão, com direito a veto, anulem a resolução

O Conselho de Segurança da ONU adiou novamente, nesta terça-feira (19), a votação de uma nova resolução que pede uma trégua na guerra entre Israel e os terroristas do Hamas e a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

A sessão para votar o texto, proposto pelos Emirados Árabes Unidos, havia sido inicialmente convocada para segunda-feira (18), adiada para esta terça, atrasada durante este dia e, finalmente, cancelada.

Ainda não há data nem horário para a nova sessão, embora se espere que ela ocorra nesta quarta-feira (20).

As negociações continuam para tentar impedir que os Estados Unidos, membro permanente do Conselho, com direito a veto, anulem a resolução.

O governo do presidente Joe Biden já vetou duas vezes resoluções que pediam um cessar-fogo na Faixa de Gaza, argumentando, em uma ocasião, que reconhecia o direito de Israel de se defender e, na outra, que exigia a libertação de todos os reféns mantidos pelo grupo islâmico Hamas como condição para o fim dos combates.

Em uma entrevista coletiva concedida nesta terça-feira, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, afirmou que o país está negociando de forma “construtiva”.

Miller declarou que os EUA querem que a resolução trate das “necessidades humanitárias” dos habitantes da Faixa de Gaza, mas enfatizou que seu voto dependeria do conteúdo final da resolução.

Os EUA reiteraram que se opõem a um cessar-fogo, porque acreditam que essa trégua serviria para que o Hamas se rearmasse e atacasse Israel novamente.

Exceto por essa única frase sobre a cessação das hostilidades, a resolução se concentra em mecanismos para garantir a entrada de ajuda humanitária e pede a libertação incondicional dos reféns mantidos pelo Hamas, mas também o fim dos ataques a civis e à infraestrutura civil.

O Conselho de Segurança já se reuniu seis vezes para discutir o conflito na Faixa de Gaza, sendo que em apenas uma chegou a um consenso sobre uma resolução, sem vetos, para pedir “pausas humanitárias urgentes e prolongadas” na guerra. Naquela ocasião, os EUA optaram por se abster.