O presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), Eduardo Trindade, destacou em entrevista ao programa Bom Dia os planos estratégicos da nova gestão para 2024. Trindade também destacou que vai manter uma de suas principais bandeiras, durante a campanha para presidência da entidade, a revalidação de diplomas de profissionais estrangeiros, ligados ao programa Mais Médicos.
Uma das principais bandeiras da categoria é a revalidação de diplomas de profissionais estrangeiros do programa Mais Médicos, lançado em 2013, que tem o objetivo de suprir a falta de médicos nos municípios do interior e nas periferias brasileiras. O programa contava com profissionais enviados por Cuba. A Lei do Mais Médicos foi instituída em julho deste ano. De acordo com o Ministério da Saúde, todos os profissionais médicos formados, brasileiros e estrangeiros, podem participar do programa.
“Não cabe mais no Brasil de 2024 termos uma medicina para o pobre e uma medicina para o rico. O Mais Médicos olha o pobre que depende de uma medicina nos postos de saúde do SUS, ser atendido por um médico que muitas vezes têm uma formação precária que não passou em uma prova de revalidação, ou não conseguiu provar que pode ser médico no Brasil, mas é contratado de uma forma um tanto quanto precária pelo governo federal para atender nesse posto”, desabafa.
Uma das principais metas para 2024 é o debate sobre o uso da tecnologia para auxiliar o trabalho dos médicos. Trindade revelou que os profissionais estão estudando como utilizar a inteligência artificial para facilitar o diagnóstico de doenças.
“Esse vai ser o grande desafio dessa nova gestão. A responsabilidade sobre a as informações, como os algoritmos vão ser lidos pelos programas. Estamos lidando com a vida humana, não apenas com a vida, com o risco de morte, mas também com o risco de sequelas, risco de sequelas graves. Nós já vamos fazer grandes fóruns de debates para discutir a integração da inteligência artificial”, destacou.
Trindade também revelou que o Cremers vem discutindo com gestores e os 40 mil médicos credenciados sobre a superlotação nas principais unidades de saúde do Estado.