Feira da Agricultura Familiar se encerra neste sábado com resultados prévios acima das expectativas

Melhor do que na Expointer. Para organizadores e expositores da 1ª Feira da Agricultura Familiar Fetag-RS (Federação dos Trabalhadores na Agricultura), que se encerra às 17h deste sábado, no Largo Glênio Peres, no centro de Porto Alegre, o evento superou as expectativas de comercialização. Até quinta-feira, as vendas haviam ultrapassado R$ 1 milhão, obrigando as agroindústrias a fazer operações contínuas de reposição de estoques. O evento conta com 70 empreendimentos rurais familiares, de 50 municípios gaúchos, oferecendo doces, panificados, bebidas, laticínios, embutidos, artesanato, plantas e flores.

O ritmo dos negócios foi vigoroso. Antes do início da feira, a Fetag-RS entregou aos expositores cerca de 50 mil sacolas de papelão, que se esgotaram em dois dias e meio de movimento. A entidade precisou repor embalagens. “As vendas têm sido intensas, para um público que chega já sabendo o que quer comprar”, afirmou o assessor de Política Agrícola e Agroindústrias da Fetag-RS, Jocimar Rabaioli. Para a edição de 2024, que ocorrerá de 4 a 9 de novembro, a organização pode analisar a mudança no layout das bancas que ocupam o espaço, para ampliar o número de agroindústrias participantes.

No estande da Casa Colonial Hermes, de Arroio do Tigre, o comércio de cucas deve superar a casa da tonelada. Em quatro dias no centro da Capital, foram vendidas 1,9 mil unidades de 500g , enquanto em nove dias da Expointer foram vendidas 1,8 mil. Em biscoitos, foram mais de 2 mil pacotes. “Estamos produzindo durante a noite e saímos de madrugada para abastecer a banca”, contou a produtora Vânia Regina Zuchetto, que está pagando hora extra a seis funcionários para dar conta da demanda. Além do volume de vendas, Vânia percebe uma mudança na relação entre expositor e comprador. “Em vez de dizer ‘volte sempre’, agora é o cliente que nos fala: “espero que vocês voltem’”, contou.

A Agroindústria Sinuelo, de Hulha Negra, vendeu em dois dias os 330 quilos de charque que tinha preparado para a feira. “A gente pensou que não ia vender e tem gente procurando até agora”, disse o proprietário, Manuel Domingues, que acumulava cerca de 80 pedidos de clientes até a manhã de sexta-feira, que serão atendidos durante a próxima semana. Ele montou a agroindústria há três anos, depois de 18 anos focado na produção de lã ovina e seus produtos. A esposa de Domingues, Goretti, divide o estande e também se surpreendeu com a venda de casacos, coletes e capas de lã tecidas em tear artístico, crochê e outras técnicas. “Aqui em Porto Alegre não tem onde comprar esse tipo de peças”, disse.

Entre os consumidores, a auditora de qualidade Caren Souza e o marido, Jéferson, moradores de Gravataí, aproveitaram a passagem pelo centro da Capital para comprar pacotes de roscas de glacê. “No ano passado, no final da Expointer, comprei tudo o que tinha”, disse, referindo-se aos produtos da casa Hermes, que também aceita pedidos pelo Instagram.

Por Itamar Pelizzaro / CP