Morre o músico e ator Zé da Terreira no Hospital Vila Nova

Conhecido por sua longa trajetória no teatro e na música, o artista estava internado para tratamento de doença auto-imune

Zé da Terreira: personalidade da cena cultural gaúcha | Foto: Isabela Lacerda / CP Memória

Morreu o artista Zé da Terreira, José Carlos Gonçalves Peixoto da Silva, na manhã desta terça-feira, dia 7 de novembro. O anúncio foi feito pela Casa do Artistas Riograndense, onde o músico e ator morava. Ele estava internado no Hospital Vila Nova para tratamento de doença auto-imune. Ainda não há informações sobre o horário e local do velório.

“É uma tristeza para nós que ficamos. O Zé morava na Casa do Artista há quase 30 anos, era uma figura conhecida pela cidade. Hoje a casa está em um dia triste, mas a gente sabe que ele está descansando. Nos últimos tempos, estava bem delicada a saúde dele. Nesse momento, ele está descansando”, disse Fabio Cunha, da diretoria da Casa do Artista Riograndense, ao Correio do Povo.

“Zezão deixa um legado inesquecível para a comunidade cultural do nosso país e será para sempre lembrado com carinho por seus amigos, companheiros de cena e familiares”, publicou a Casa do Artistas Riograndense nas redes sociais.

No dia 27 de outubro, a Casa dos Artistas havia feito uma publicação informando que o músico estava necessitando de ajuda financeira para seu tratamento de saúde e solicitando doações.

Zé da Terreira

Personalidade da cena cultural gaúcha há décadas, Zé nasceu em 1945, em Rio Grande. Em 1969, estudou no Departamento de Artes Dramáticas da UFRGS (DAD). Foi para o Rio de Janeiro em 1970. Lá conviveu com o grupo “Tá na Rua”. Participou como cantor no Festival Universitário de Música Brasileira. Recebeu prêmios e um convite para integrar o elenco da primeira montagem brasileira da ópera-rock “Hair”.

Em 1984, de volta a Porto Alegre, trabalhou no “Ói Nóis Aqui Traveiz” e no grupo teatral “Oficina Perna de Pau”. Em 2000, recebeu da Câmara Municipal de Porto Alegre o Prêmio Qorpo Santo pelos  serviços prestados à cultura local. Em 2002, lança o CD “Quem Tem Boca é Pra Cantar”. Montou os shows Césio 137, na Terreira da Tribo, Tiro ao Álvaro, com músicas de Adoniran Barbosa, e África-Brasil, com apresentações ao ar livre.

Recentemente, Zé colaborou com participações e como referência para vários grupos artísticos de rua, como o Bloco da Laje.