O tema da redação do Enem deste ano é “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”, informou o Ministério da Educação em suas redes sociais, logo após o início da prova.
Na edição passada, o assunto havia sido os “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”.
Temido pelos estudantes, o texto dissertativo-argumentativo é a única etapa do exame em que o candidato pode tirar mil, já que o restante do teste é avaliado de acordo com a Teoria de Resposta ao Item, que leva em consideração o desempenho dos outros candidatos para atribuir uma nota ao aluno.
A redação do Enem é conhecida por ser uma “receita de bolo”, pois, para se sair bem, há um modelo de escrita pré-programado, composto de tese, desenvolvimento, conclusão e proposta de solução, que garante resultados.
O ponto de vista do aluno deve ser apoiado em argumentos consistentes, estruturados com coerência e coesão, formando uma unidade textual. Além disso, é preciso elaborar uma sugestão de intervenção social para a questão apresentada no texto que respeite os direitos humanos.
O material produzido é avaliado por pelo menos dois professores graduados em letras ou linguística, de forma independente, sem que um conheça a nota atribuída pelo outro. Essa é a única prova dos grandes vestibulares em que a nota varia de zero a mil. Caso tire zero, o candidato é eliminado.
Edições já tiveram dois ou três temas
A cada ano, ao longo da história do Enem, a prova teve pelo menos dois temas de redação — um cobrado na aplicação regular, e o outro, no exame voltado para adultos privados de liberdade e jovens sob medida socioeducativa que inclua privação de liberdade. O chamado Enem PPL será aplicado neste ano nos dias 12 e 13 de dezembro.
Também fazem essa prova os estudantes que foram prejudicados por questões logísticas no dia do Enem regular.
Em alguns anos, no entanto, houve exceções. Em 2020, o Enem teve um terceiro tema. Era a primeira aplicação da versão digital, com uma prova diferente da impressa.
Em 2016, houve duas aplicações regulares, devido a um amplo movimento de ocupação de escolas por alunos em várias cidades do país. Entre os motivos do protesto estava o novo ensino médio, que na época acabava de ser proposto por meio de uma medida provisória. As ocupações de alguns locais impediram a realização das provas na data regular.
Houve também três aplicações em 2014. Nesse ano, 31 candidatos de Pernambuco não conseguiram fazer o Enem regular, por causa, principalmente, de falta de energia no local.
Eles fariam a reaplicação com o Enem PPL, mas o caminhão dos Correios que transportava os cartões de resposta e as provas de redação para correção foi roubado no Rio de Janeiro, o que levou o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) a realizar uma terceira aplicação das provas para eles.
Já em 2009, na primeira aplicação do novo Enem, quando o exame passou a ter o formato atual e servir de porta de entrada para o ensino superior, o vestibular teve somente um tema de redação, o da aplicação regular. Isso porque o Enem PPL começou a ser aplicado apenas em 2010.