Para prefeito Sebastião Melo, polêmica em torno da concessão da Carris é questão política

Declaração ocorreu ao programa Agora, da Rádio Guaíba, transmitido ao vivo do Mercado Público nesta terça-feira

Foto: Gustavo Roth/SMMU/PMPA/Divulgação

Um dia após a consolidação da venda da Carris, a empresa voltou a operar normalmente nesta terça-feira. Depois de ter circulado na segunda com apenas 60% da frota prevista para os dias úteis, a greve encerrou após acordo firmado entre o Sindicato dos Rodoviários, prefeitura e a empresa. O prefeito Sebastião Melo afirmou que a desestatização da Carris foi uma promessa de campanha e acredita que a discussão em torno do assunto é meramente política.

A declaração ocorreu no programa Agora, da Rádio Guaíba, transmitido na manhã desta terça-feira ao vivo do Mercado Público, que comemora 154 anos. Segundo o prefeito a Carris é deficitária, o que obrigou o Executivo a investir recursos para cobrir os prejuízos. “Na minha avaliação, respeitando quem pensa diferente, não é papel da prefeitura ser dona de uma empresa de ônibus que nos últimos 10 anos tivemos que aportar quase R$ 350 milhões para cobrir o déficit da Carris”, disse.

Ainda segundo Melo, a intenção de venda da empresa pública de ônibus seguiu todos os trâmites previstos em lei até chegar ao edital para concessão. “Primeiro passo era pedir autorização legislativa, você não pode desestatizar sem autorização porque tem a lei (…) Após teve um processo de edital, que passou por dezenas de burocracias, sendo que a última delas foi o Tribunal de Contas, que disse ok, está tudo certo. Ações, mediações perante o Tribunal Regional do Trabalho. E ontem nós abrimos a sessão pública internacional, duas empresas se habilitaram e uma delas foi desclassificada porque não cumpriu o edital, com as garantias”, afirmou.

Nos próximos 15 dias o processo tramita, havendo mais um julgamento final. O prazo para a transferência definitiva para a empresa licitante, no caso a Empresa de Transporte Coletivo Viamão Ltda, é de 60 dias conforme Sebastião Melo. Ele finalizou dizendo que a polêmica em torno do assunto é relacionada a questões de cunho político. “Eu não sei se é o desgaste político. O Brasil é um país estatal né, tem gente que entende que às vezes até a lancheria deva ser estatal”, finalizou.