Protesto de produtores derrama “leite” em avenida contra baixos preços no RS

Federação de agricultores prevê novas manifestações se medidas não forem atendidas por comitiva de ministros que vem ao Rio Grande do Sul

Foto: Eduardo oliveira / Divulgação Fetag-RS

Agricultores familiares interditaram parcialmente a BR-158, nesta quarta-feira, em protesto contra o baixo preço do litro de leite praticado no Rio Grande do Sul. Com argumento de que vêm recebendo até R$ 1,04/litro – enquanto o custo de produção supera os R$ 2/litro -, o grupo liderado pela Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag) espalhou um composto líquido que simulou leite no principal trevo de acesso a Frederico Westphalen como forma de chamar a atenção das autoridades para a crise que vive o setor.

O ato realizado depois do meio-dia sucedeu uma caminhada que se iniciou por volta das 9h, com a concentração dos agricultores no Parque de Exposições Monsenhor Vitor Batistella, no município. Conforme o vice-presidente da Fetag-RS, Eugênio Zanetti, os produtores se dizem “indignados” com a demora do governo federal em anunciar medidas de apoio ao setor leiteiro gaúcho. “Derramar o leite na avenida foi uma forma de o produtor mostrar que o produto dele ‘não está valendo mais nada’. Vender pelo preço que está sendo pago e jogar na sarjeta é quase a mesma coisa”, afirmou Zanetti.

O movimento se encerrou por volta das 14h e reuniu cerca de 700 pessoas, segundo a Fetag. As ações contaram com o planejamento das regional sindical do Médio e Alto Uruguai e com o apoio das regionais sindicais de Três Passos e da Macrorregional Missões Fronteira Noroeste.

Os produtores de leite seguem aguardando, para esta quinta-feira, a confirmação de uma reunião com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, para tratar do tema e cobrar ações rápidas de apoio federal. O chefe da pasta desembarca com uma comitiva ministerial e bancos em Lajeado, no Vale do Taquari.

De acordo com a Fetag, se os pedidos do campo não forem atendidas, novas manifestações devem ocorrer na segunda metade do mês de outubro. Além de atos no Rio Grande do Sul, a entidade confirma mobilizações no Paraná e em Santa Catarina e a possibilidade de interditar fronteiras com países do Mercosul.