Volume de vendas no comércio tem alta de 0,7% em julho

No Rio Grande do Sul o indicador acumula uma alta de 2,1% em julho

Crédito: Alexandre Barros/Divulgação

O comércio varejista nacional teve alta de 0,7% em julho, depois de registrar variação de 0,1% em junho e somando um acumulado do ano, comparado com o mesmo período do ano anterior, uma alta de 1,5%. Nos últimos 12 meses, o volume de vendas no comércio acumula expansão de 1,6%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta sexta-feira, 15, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa também mostra que, frente a julho de 2022, o mês de julho de 2023 teve alta de 2,4%, segunda elevação consecutiva nessa comparação. No Rio Grande do Sul o indicador acumula uma alta de 2,1% em julho, enquanto no varejo ampliado o aumento chegou a 3,9%. Na comparação com os últimos 12 meses o desempenho é positivo em 1,9% e 4,8% no varejo ampliado.

Conforme o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, o crescimento do setor no país vem após três meses registrando resultados próximo de zero. “Assemelha-se a março, em termos de patamar, pegando esse cenário de estabilidade, mas ainda não é o caso de um crescimento pronunciável”, ressalta. Com o resultado de julho, o comércio varejista do país está 2,2% abaixo do nível recorde da série, de outubro de 2020.

Quatro atividades tiveram alta no mês. Destaque para Equipamentos e material para escritório informática e comunicação, com a maior expansão, de 11,7%. A atividade é que apresenta a maior volatividade no ano de 2023, com resultados de grande amplitude, tanto no campo negativo quanto no positivo. O dólar e mudanças na política de importação ajudam a explicar a alta deste mês. “Houve algumas mudanças na questão da tributação das importações, que acabam oferecendo um ímpeto maior na variação dessa atividade”, justifica o pesquisador.

EXPANSÃO

O setor de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que representa mais de 45% da pesquisa, também apresentou alta, de 0,3%. Embora próxima de zero, essa expansão, somada à alta do mês anterior, faz o setor de alimentos chegar a um crescimento de 1,7% no bimestre, após queda em maio. Segundo Cristiano, esse resultado é influenciado por a uma pressão menor da inflação, atuando no aumento da receita das empresas. “Uma vez que diminuiu a pressão dos preços dos alimentos, a demanda tem margem para crescimento”, diz. A outra atividade que fechou julho no campo positivo foi Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,1%).

Já pelo lado das quedas, as atividades de destaque foram Tecidos, vestuário e calçados (-2,7%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,6%). A primeira vem acumulando forte queda nos últimos meses, ligada à crise contábil das grandes cadeias varejistas. Já a segunda, que vem de trajetória de recuperação em 2023, recua muito por conta da base alta de comparação. Móveis e eletrodomésticos (-0,9%) e Combustíveis e lubrificantes (-0,1%) fecham as variações negativas de julho.

AMPLIADO

No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas teve retração de 0,3% frente a junho. Dessa forma, a média móvel trimestral foi de 0,2% enquanto o acumulado no ano é de 4,3%. Nos últimos 12 meses, o varejo ampliado tem alta acumulada de 2,3%. Na comparação interanual, o setor foi cresceu 6,6% em julho de 2023 frente a julho de 2022.

A forte queda nas atividades de Veículos e motos, partes e peças (-6,2%) influenciou o resultado do comércio varejista ampliado, como explica Cristiano Santos. “A política de mudança fiscal que culminou na redução do preço de alguns automóveis acabou se concentrando mais em junho, quando o setor registrou crescimento 8,8%, marcando o maior crescimento na comparação de passagem de mês desde fevereiro de 2021″. Outra atividade que compõe o comércio ampliado, Material de construção variou positivamente em 0,3%.

No confronto entre julho de 2023 e julho de 2022, o comércio varejista teve crescimento de 2,4%, com cinco atividades apresentando alta: Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (6,9%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (6,5%), Móveis e eletrodomésticos (3,4%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,0%) e Tecidos, vestuário e calçados (1,6%). Já os três setores que registraram retração foram Livros, jornais, revistas e papelaria (-7,3%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-4,9%) e Combustíveis e lubrificantes (-2,8%).