STF condena segundo réu por atos do 8 de Janeiro a 14 anos de prisão

Maior parte dos ministros votou por condenar Thiago de Assis Mathar; julgamento dos outros três réus continua

A tese, no entanto, será avaliada em outro momento - Foto: Rosinei Coutinho / SCO / STF

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) condenaram o segundo réu a 14 anos de prisão pelos atos do 8 de Janeiro. O relator, ministro Alexandre de Moraes, votou para que ele fosse sentenciado esse período e foi seguido por seis ministros: Edson Fachin, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Cármem Lúcia, Luiz Fux e Rosa Weber. Nunes Marques, revisor do processo, votou pela condenação a 2 anos e 6 meses, em regime aberto. Cristiano Zanin opinou por condenar o homem a 11 anos de prisão. Mendonça votou por condená-lo a 4 anos e 2 meses. Já Roberto Barroso votou por uma pena de 9 anos e 6 meses. Os quatro foram votos vencidos.

Thiago de Assis Mathar é natural de São José do Rio Preto (SP). Para a Procuradoria-Geral da República (PGR), o acusado tentou depor, por meio de violência e grave ameaça, o governo legitimamente constituído e aderiu aos objetivos de auxiliar, provocar e insuflar o tumulto, com intento de tomada do poder e destruição do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do STF.

Segundo a PGR, Thiago e os demais que seguiram para o Palácio do Planalto invadiram o prédio, quebraram vidros, depredaram cadeiras, painéis, mesas, obras de arte e móveis históricos — inclusive um relógio trazido ao Brasil por dom João 6º. Eles também rasgaram uma tela de autoria de Di Cavalcanti, destruíram carpetes e outros bens com emprego de substância inflamável.

‘Proteção’

A defesa de Thiago Mathar afirmou que o cliente dele entrou no Palácio do Planalto em busca de proteção. No discurso, o advogado Hery Kattwinkel diz que o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, “passa de julgador a acusador”.

De acordo com Kattwinkel, “se está diante de um rapaz do interior de São Paulo, que pega um ônibus sozinho e há um misto de raiva com rancor contra patriotas”.