O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou nesta quarta-feira, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, que mandou o empresário Meyer Nigri compartilhar mensagens contestando a veracidade das urnas eletrônicas em 2022. O teor do compartilhamento em massa motivou a Polícia Federal (PF) a intimar o ex-chefe de Estado a explicar a difusão de notícias falsas acerca do processo eleitoral brasileiro.
“Eu mandei para o Meyer, qual o problema? O (ministro do Supremo Tribunal Federal e então presidente do Tribunal Superior Eleitoral Luís Roberto) Barroso tinha falado no exterior (sobre a derrota da proposta do voto impresso na Câmara, em 2021), eu sempre fui um defensor do voto impresso”, disse.
A troca de mensagens de Bolsonaro com Nigri integra a investigação que apura conversas golpistas de empresários alinhados ao governo. O depoimento do ex-presidente acerca das notícias falsas está previsto para o dia 31, mas a defesa dele pode pedir o adiamento enquanto reivindica acesso aos autos do inquérito.
Na segunda-feira passada, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), arquivou a investigação contra seis empresários, mas prorrogou os inquéritos que envolvem Nigri, fundador da Tecnisa, e Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, por mais 60 dias.
Esse vai ser o quinto depoimento de Bolsonaro à PF em 2023. O ex-presidente já prestou esclarecimentos sobre as joias sauditas, as fraudes em dados de vacinação da Covid-19, os atos extremistas de 8 de janeiro e o plano de golpe denunciado pelo senador Marcos do Val.
Internação
O ex-presidente deu entrada, na manhã desta quarta-feira, no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, para a realização de exames de rotina. Segundo informações do portal R7, o político vai passar por avaliações das condições clínicas, principalmente do sistema digestivo.
O político, de 68 anos, sofreu diversas complicações de saúde desde setembro de 2018, quando levou uma facada durante a campanha presidencial.
