O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quarta-feira (3), que a responsabilidade fiscal não é uma palavra e, sim, um compromisso. A declaração ocorre em meio à revisão dos gastos públicos, analisada pela equipe econômica, e da alta do dólar. O chefe do Executivo criticou, também, que alimentos, como tomate e chuchu, sejam vilões da inflação.
“A gente vai continuar fazendo transferência de renda e, ao mesmo tempo, continuar com a responsabilidade que sempre tivemos. Aqui nesse governo, a gente aplica o dinheiro que é necessário, a gente gasta aquilo que é necessário, mas a gente não joga dinheiro fora. Responsabilidade fiscal não é uma palavra, é um compromisso desse governo desde 2003 e a gente manterá ele à risca (sic)”, disse Lula.
Em outro momento da cerimônia, o presidente falou sobre inflação. “Eu estava vendo uma fotografia antiga de um companheiro que planta tomate, e o preço do tomate estava barato e ele ficou jogando tomate para os animais dele. Precisamos mudar de comportamento. Primeiro temos que incentivar as pessoas a produzirem para que nunca mais coloque na primeira página do jornal o chuchu como o responsável pela inflação, o tomate responsável pela inflação.”
Segundo Lula, os preços de determinados alimentos aumentam em função de determinadas “intempéries”, como seca e chuva. Se a gente fizer isso, comprar máquina, produzir mais leite, produzir mais queijo, plantar mais tomate, mais pepino, mais chuchu, não vai ter inflação de alimentos. Não vai ter. Ela se dá quando a gente produz menos do que a demanda, começa a ter escassez no mercado e qualquer um pede o preço que quiser”, argumentou.
As declarações foram dadas por Lula durante lançamento do Plano Safra 2024/2025 para a agricultura familiar. Os pequenos produtores vão receber R$ 85 bilhões ao todo, sendo R$ 76 bilhões em política de crédito. No período da tarde, o governo vai apresentar a proposta voltada para a agricultura empresarial – o setor vai receber, por sua vez, R$ 400 bilhões em crédito.
O montante da safra 2024/25 representa aumento de 9% em comparação com o valor disponibilizado no ano anterior, de R$ 435 bilhões. O anúncio do lançamento estava previsto para o mês de junho, mas foi adiado devido à agenda de Lula.