Fim da linha da para a Seleção Brasileira Feminina na Copa do Mundo. Com o empate em 0 a 0 diante da Jamaica, em jogo realizado no Melbourne Rectangular Stadium, o Brasil está eliminado no Mundial já que ficou com a terceira colocação no grupo F. Depois de iniciar a partida pressionando, o time de Pia Sundhage caiu de produção no segundo tempo e esbarrou na falta de criatividade.
Com o resultado, o Brasil somou apenas quatro pontos em três jogos e assistiu ao avanço da Jamaica, que chegou aos cinco, e da França, que terminou a primeira fase como líder da chave com sete pontos.
Brasil pressiona e para em Spencer
Modificada em sua escalação para buscar a passagem para as oitavas de final da Copa do Mundo, a Seleção Brasileira Feminina entrou em campo com uma postura agressiva diante da Jamaica. Marta começou no comando de ataque ao lado de Debinha.
Os primeiros minutos apresentaram um cenário já esperado por todos: um Brasil em cima das adversárias e buscando a todo instante o gol. O caminho que se apresentava era pelas laterais, seja com Tamires ou com Antonia, a ala direita.
A primeira jogada mais contundente ocorreu aos dez minutos, quando Debinha lançou Marta dentro da área. Cercada pela marcação, a camisa 10 tentou bater, mas foi prensada pela defesa jamaicana.
Aos 18 minutos, Tamires, a jogadora que mais produziu pela Seleção, apareceu bem. Ela foi lançada dentro da área pela esquerda e bateu cruzado. A goleira Spencer fez uma boa defesa.
Cinco minutos depois, a artilheira da estreia, Ary Borges, surgiu dentro da área depois de um cruzamento de Tamires. Ela cabeceou, mas a bola ganhou altura e foi para fora.
A melhor chance do Brasil nasceu pelo meio e terminou, mais uma vez, com Tamires. A lateral recebeu a bola por cima e bateu de sem pulo. O chute saiu forte, mas não o suficiente para vencer a goleira Spencer, que demonstrou firmeza na intervenção.
Criatividade fica no vestiário
Com o placar fechado do primeiro tempo, o Brasil voltou para a segunda etapa decidido a balançar as redes. A técnica Pia Soundhage decidiu mexer na equipe e deixá-la mais ofensiva, sacando Ary Borges, de atuação discreta, e colocando Bia Zaneratto, para ter mais presença de área.
A ideia deu ao Brasil mais condições de manter a posse de bola mais próxima da grande área da Jamaica. No entanto, a criação de chances continuava sendo uma dificuldade. O caminho, mais uma vez, eram as laterais. Antônia e Tamires foram cada vez mais acionadas, mas o aproveitamento na penúltima bola não era o ideal.
Com o tempo passando, as chances do Brasil começaram a escassear. A falta de criatividade, já apresentada na etapa inicial, ficou ainda mais evidente no segundo tempo porque a partir dos 25 minutos a Seleção começou a fazer cruzamentos em demasia, alguns deles até sem direção. Marta foi ficando apagada dentro do jogo e nem mesmo o fôlego novo de Bia Zaneratto fazia efeito. As jogadas pelas laterais também deixaram de acontecer, principalmente com Tamires, muito acionada nos 45 minutos iniciais.
Sem conseguir apresentar um bom futebol, o Brasil acabou cedendo espaço para a Jamaica. Ainda que não tivesse qualidade, a seleção adversária conseguia ficar com mais posse de bola e até se aventurava em alguns contra-ataques com a atacante Mathews. A partir dos 35 minutos, Pia Sundhage decidiu mexer na equipe, sacando Marta, Antônia e Luana para as entradas de Andressa Alves, Geyse e Duda Sampaio.
Copa do Mundo Feminina – Grupo F
Brasil 0
Lelê; Antônia (Duda Sampaio), Lauren, Rafaelle e Tamires; Kerolin, Luana (Geise), Ary Borges (Bia Zaneratto) e Adriana; Marta (Andressa Alves) e Debinha. Técnica: Pia Sundhage.
Jamaica 0
Spencer; Blackwood; Swaby, Swaby e Wiltshire; Sampson, Spence, Primus e Brown; Mathews e Shaw. Técnico: Lorne Donaldson
Local: Melbourne Rectangular Stadium
Arbitragem: Esther Staubli.