O Japão vai ajustar o protocolo, relacionado à gripe aviária, de suspensão de importação de frango e ovos produzidos no Brasil. A restrição vai passar a ser aplicada apenas aos municípios onde houver detecção de focos da doença e não mais ao estado inteiro.
Nesta sexta-feira, em comunicado, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou que a medida fica em vigor até o cumprimento do protocolo sanitário para que o mercado seja reaberto. O Japão suspendeu a compra de aves vivas e de carne de aves produzidas no Espírito Santo e Santa Catarina, após o registro de focos de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP), mesmo que as doentes não pertençam a fazendas de criação comercial.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, está em missão ao Japão e Coreia do Sul e se reuniu, especialmente, com representantes do governo japonês para reafirmar as medidas de segurança sanitária na produção brasileira.
O Mapa destacou que, para aves comerciais, o Brasil continua livre de gripe aviária. O país lidera as exportações de frango para o mundo, respondendo por 35% do mercado global. Do total de 2,629 milhões de toneladas exportadas pelo país entre janeiro e junho deste ano, o Japão recebeu 219,8 mil.
“O Brasil segue sendo um dos únicos do mundo a manter o status de livre da IAAP em granjas comerciais conforme o protocolo da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). No entanto, após a detecção de focos em aves de subsistência nos estados do Espírito Santo e Santa Catarina, o Japão decidiu suspender temporariamente as importações dos produtos oriundos destes estados, conforme prevê o protocolo japonês”, explica a nota.
No caso de Santa Catarina, que é o segundo maior exportador de frango do país, o foco em ave de subsistência se registrou no município de Maracajá, próximo ao litoral e, de acordo com o Mapa, já é considerado encerrado. O Serviço Veterinário Oficial interditou as propriedades, que teve as aves sacrificadas e as carcaças, destruídas e enterradas.
Mas, segundo o protocolo japonês, é necessário aguardar um prazo de 28 dias para enviar o relatório para a análise da autoridade sanitária local a fim de retomar a exportação. Agora, o Mapa espera que, com essa sinalização do governo japonês em concordar com fazer a zonificação da suspensão, seja possível retomar o mercado antes desses 28 dias, com a restrição valendo apenas para Maracajá.
No caso do Espírito Santo, a ocorrência da IAAP não afetou o mercado brasileiro porque o estado não vende para lá.