Um mês após decreto, Guarda Municipal avalia que proibição de álcool na Orla tranquilizou a região

Medida entrou em vigor após duas pessoas morrerem baleadas na nova pista de skate do Trecho 3

Foto: Cesar Lopes/PMPA/Reprodução/Rádio Guaíba

Completado um mês desde a publicação do decreto municipal que proíbe bebidas alcoólicas na Orla do Guaíba e no Parque Marinha do Brasil, da meia-noite às 8h do dia seguinte, a reportagem da Rádio Guaíba entrou em contato com a Guarda Municipal para uma análise do que mudou desde a publicação da medida. O decreto entrou em vigor depois que duas pessoas morreram baleadas na nova pista de skate do Trecho 3, na madrugada de 10 de junho. Os dois suspeitos do crime foram presos no mesmo dia. 

O subcomandante da Guarda Municipal, Franklin dos Santos Filho, afirmou que ainda é cedo para fazer qualquer análise mais detalhada, mas que a medida vem atingindo o objetivo. “O que motivou a edição desse decreto foi o incidente em que houve um confronto e morte no trecho 3 da Orla. De lá para cá, nós não temos nenhum registro sequer de briga, por exemplo, nos espaços públicos. Então, dados os acontecimentos ou até mesmo a ausência desses acontecimentos, a gente pode dizer que o decreto tem atingido o objetivo. Não tivemos nenhuma dispersão”, relata. 

O decreto também proíbe distúrbios sonoros causados por equipamentos de som, das 22h às 8h do dia seguinte. Também veda a comercialização de bebidas alcoólicas e alimentos, por meio de tele-entrega, a quem estiver em via pública. A Guarda Municipal ficou incumbida de dispersar aglomerações que perturbem o sossego público, com o apoio da Brigada Militar, que mantém o policiamento 24h no local. 

Ainda conforme o subcomandante, houve uma redução no público após a meia-noite e muitos dos frequentadores migraram para outros bairros da cidade. “Eu diria que uma redução bem drástica de público. Tivemos aí dois ou três episódios apenas, de acordo com os nossos registros aqui, de pessoas incorrendo na conduta proibida. O que a gente entende, de certo modo, que é até um pouco natural. Nem todas as pessoas têm alcance do conjunto de regras e de normas que o município estabelece quanto à utilização dos espaços públicos. Então, com esse movimento migratório que a gente percebeu, daquele público que frequentava ali, para outras áreas, consequentemente, nesse horário nós reduzimos bastante o emprego de nossos meios ali para [focar em] outros lugares onde tenha movimentação maior, como os bairros Cidade Baixa, Moinhos de Vento, Bom Fim e outros parques da cidade também”, detalha.