PF determina que Anderson Torres devolva R$ 120 mil em salários recebidos durante prisão

Ao todo, foram 117 dias de detenção, com salário de cerca de R$ 30 mil; a defesa de Torres disse ainda não ter sido notificada

Foto: Tom Costa / MJSP

A Polícia Federal determinou que o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres devolva cerca de R$ 120 mil de salários como delegado federal enquanto esteve preso. O R7 confirmou a informação. Procurada, a defesa de Torres disse que desconhece o assunto e que, assim que receber a notificação, vai tomar as medidas cabíveis.

Ao todo, foram 117 dias de prisão, com um salário mensal de cerca de R$ 30 mil. Em maio, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liberdade provisória ao ex-ministro.

Moraes determinou que ele use tornozeleira eletrônica, tenha o porte de arma de fogo suspenso, não deixe o país, não use redes sociais e não mantenha contato com outros investigados no inquérito sobre o 8 de Janeiro. Ele também deve permanecer afastado do cargo de delegado da Polícia Federal.

Entre as obrigações impostas a Torres está comparecer, todas as segundas-feiras, à Vara de Execuções Penais do DF e ficar em casa à noite e nos fins de semana. Ele também está proibido de deixar a capital federal.

Em janeiro, o ex-ministro recebeu voz de prisão assim que desembarcou no aeroporto de Brasília, vindo dos Estados Unidos, onde passou férias com a família. A suspeita é que ele tenha se omitido em relação aos atos extremistas de 8 de janeiro, quando vândalos invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

No primeiro depoimento à Polícia Federal, em 18 de janeiro, Anderson Torres permaneceu calado. Em 3 de fevereiro, ele aceitou depor. Falou por cerca de dez horas sobre os atos de extremismo em Brasília e afirmou que houve “falha grave” na atuação da Polícia Militar do DF naquele dia.