O relatório da análise do celular do senador Marcos do Val (Podemos-ES), feita pela Polícia Federal, revelou indícios de tratativas entre o parlamentar, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB) para um possível golpe de Estado após as eleições do ano passado. No entanto, não houve confirmação de que o ex-presidente tenha participado diretamente do trato.
Em nota, a assessoria do senador sustenta que Marcos do Val mantém “apreço pela democracia e repúdio a quaisquer aventuras antidemocráticas”. “Em toda a sua trajetória pública, antes mesmo de ingressar na arena política, Marcos do Val jamais endossou quaisquer discursos que pregassem a ruptura democrática, nem deu apoio a quaisquer movimentos nesse sentido”, acrescenta.
O relatório mostrou que Marcos do Val manteve conversas com Daniel Silveira e que o senador, com “atuação de caráter absolutamente ambíguo”, parecia “valer-se de prints de conversas com as mais altas autoridades da República para, colocando-as umas contra as outras, angariar prestígio pessoal e político”.
O R7 teve acesso ao documento, que está sob sigilo.
Nesta quarta, em depoimento à Polícia Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro disse que não participou de nenhum plano para gravar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, desmentindo o que Do Val havia dito em uma live, no início de fevereiro.
A oitiva integrou o inquérito que envolve o senador. O ex-presidente confirmou ter participado de um encontro com Do Val e Daniel Silveira, em dezembro de 2022, no Palácio da Alvorada, mas disse que a reunião durou 20 minutos, sem nenhuma menção ao nome de Moraes.