O prejuízo causado pelo ciclone que atingiu o estado do Rio Grande do Sul já chega a R$ 523 milhões, conforme dados de 22 cidades que preencheram decretos de situação de emergência desde a sexta-feira passada. Desse valor, mais da metade se refere a estragos na agricultura, o que deve fazer com que os preços de frutas e verduras logo aumentem, conforme constata o presidente da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e prefeito de Campo Bom, Luciano Orsi.
“A questão do próprio alface… foi um número muito expressivo. Provavelmente a gente vai ter notícia de aumento de preços, porque foram toneladas de alface, e de várias outras culturas, simplesmente destruídas, ficaram submersas e não há como aproveitar”, enfatiza. A estimativa da entidade é de que o valor total dos prejuízos atinja R$ 1 bilhão.
Luciano Orsi ainda confirmou que está sendo feita uma carta com proposições para ser levada ao presidente Lula. Nela, prefeitos dos municípios mais atingidos pelo ciclone e representantes da Defesa Civil estadual, Casa Militar, Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil e a Confederação Nacional de Municípios expõem que, nos últimos dez anos, os prejuízos com desastres ambientais no Rio Grande do Sul somaram R$ 79,1 bi, com os municípios recebendo em auxílio apenas 1% desse total.
“Nós estamos fazendo uma carta, explicando esses problemas e pedindo algumas providências como a liberação do FGTS, liberação de emendas parlamentares que estejam trancadas dos municípios afetados. E também estamos pedindo o envio de recursos já solicitados por conta da estiagem, que também não foram liberados”, explica Orsi.
Entre as ações já tomadas, a Famurs anunciou a criação de uma câmara temática permanente que vai acompanhar e discutir o impacto de eventos climáticos e desastres naturais nos municípios gaúchos. A câmara pretende buscar recursos para prevenção e mitigação de possíveis danos e cobrar respostas do governo federal.
Conforme dados do presidente da Famurs, chega a 69 o número de cidades atingidas pelo ciclone, sendo que 57 já decretaram situação de emergência. Dessas, 11 já receberam a homologação por parte do governo federal.
No começo desta semana, a prefeita de Balneário Pinhal e presidente da Associação dos Municípios do Litoral Norte, Márcia Tedesco, esteve em Brasília com uma comitiva de 17 chefes do Executivo para alinhar ações e pedir agilidade na liberação de recursos aos deputados federais e senadores da bancada gaúcha.
De acordo com ela, os técnicos vêm auxiliando as cidades no preenchimento do Formulário de Informações de Desastres, a primeira etapa para pleitear recursos voltados à reconstrução.
Municípios que decretaram situação de emergência
1. Alto Feliz
2. Araricá
3. Bom Princípio
4. Brochier
5. Cachoeirinha
6. Campo Bom
7. Capão da Canoa
8. Caraá
9. Colinas
10. Dois Irmãos
11. Dom Pedro de Alcântara
12. Esteio
13. Feliz
14. Glorinha
15. Gramado
16. Gravataí
17. Harmonia
18. Igrejinha
19. Imigrante
20. Itati
21. Ivoti
22. Lindolfo collor
23. Mampituba
24. Maquiné
25. Maratá
26. Montenegro
27. Morrinhos do Sul
28. Morro Reuter
29. Nova Hartz
30. Nova Petrópolis
31. Novo Hamburgo
32. Osório
33. Pareci Novo
34. Parobé
35. Paverama
36. Picada Café
37. Portão
38. Riozinho
39. Rolante
40. Santa Maria do Herval
41. Santo Antônio da Patrulha
42. São José do Hortêncio
43. São José do Sul
44. São Leopoldo
45. São Sebastião do Caí
46. São Vendelino
47. Sapiranga
48. Sapucaia do Sul
49. Taquara
50. Terra de Areia
51. Teutônia
52. Três Cachoeiras
53. Três Forquilhas
54. Tupandi
55. Vale Real
56. Venâncio Aires
57. Presidente Lucena