O governador Eduardo Leite reuniu o secretariado, no início da noite dessa segunda-feira, no Centro Administrativo Fernando Ferrari, para atualizar e estruturar novas ações de apoio à população afetada pelo ciclone. No encontro, Leite classificou o episódio como o desastre climático que mais causou perdas humanas na história do Rio Grande. A informação, que não procede, acabou sendo retificada pelo próprio governo estadual na tarde desta terça.
O ciclone se tratou de um dos maiores desastres climáticos da história do Rio Grande do Sul em vítimas, inclusive superando episódios como o furacão Catarina, mas por nenhum critério é o maior desastre da história do Rio Grande do Sul, seja econômico, em abrangência ou em número de mortes.
As estiagens dos últimos anos foram desastres com muito maior prejuízo econômico que a atuação do ciclone. Em abrangência e impactos, nenhum episódio supera a enchente de 1941 que deixou um terço de Porto Alegre sob as águas e inundou, como jamais antes, grande número de cidades gaúchas.
Já a maior tragédia em volume de mortes remonta ao ano de 1959. Naquele ano, o Vale do Rio Pardo enfrentou nos últimos dias do mês de setembro chuvas torrenciais em áreas onde já havia grande acúmulo de alagamento. Matérias publicadas pelo Correio do Povo e Folha da Tarde na época reportaram a situação dramática na região, em especial nos municípios de Candelária e Sobradinho, onde as águas destruíram casas, galpões, depósitos de máquinas e estábulos. Centenas de animais de pequeno e grande porte morreram.
Em Candelária, os prejuízos foram calculados na ordem de 15 milhões de cruzeiros à época. Oficialmente, 94 pessoas morreram, mas as buscas por vítimas se encerraram quando ainda havia um número incerto de desaparecidos. Entre as histórias dramáticas do episódio, o soterramento de uma família inteira, com a morte de dois adultos e 15 crianças.