Austrália abre oportunidades para calçados brasileiros

Austrália importa 80% dos calçados consumidos

Décima terceira economia do mundo, a Austrália tem se configurado como uma oportunidade para o calçado brasileiro, especialmente o de maior valor agregado. A conclusão está em um estudo de mercado desenvolvido pelo Consulado Geral do Brasil em Sydney com o apoio da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). A publicação foi apresentada nesta quarta-feira, 7, em webinar com a participação de representantes do Consulado, da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e da Abicalçados.


Com 80% dos calçados consumidos localmente importados, principalmente dos países asiáticos (China, Vietnã e Indonésia), a Austrália vem buscando a diversificação de fornecedores. Atualmente, conforme o estudo, o Brasil responde apenas pela sétima origem dos calçados importados pelo País.

“Exportamos para lá, basicamente, calçados de borracha, de menor valor agregado. Mas o fato é que existe uma predileção do comprador local por produtos de couro, com atributos de conforto e design, o que abre grandes oportunidades para a indústria brasileira”, comenta a coordenadora de Inteligência de Mercado da Abicalçados, Priscila Linck.

A publicação do Consulado destaca, ainda, que 45% dos valores gastos com importações de calçados na Austrália vão para o segmento de produtos de couro. Na sequência aparecem os de materiais têxteis (31%) e de borracha (21%).

“Hoje, 68% do valor exportado pelo Brasil em calçados para aquele mercado é do segmento de produtos de borracha”, acrescenta Priscila. Conforme dados da Abicalçados, em 2022, as exportações brasileiras de calçados para a Austrália somaram US$ 19,8 milhões e ocuparam a nona posição na pauta exportadora do Brasil. A participação de mercado do Brasil ainda é modesta (1,2%).

A head de Comércio e Investimentos do Consulado Geral do Brasil em Sydney, Helena Massote, ressalta que, além das oportunidades de incremento das exportações de calçados de couro, o Brasil pode aproveitar o fato de a Ásia não abastecer o mercado local com produtos de conforto, durabilidade e do segmento infantil.

“Além disso, identificamos crescimento do canal e-commerce, sendo que a previsão é de que, para o próximo ano, de cada 3 dólares australianos gastos no comércio local, 1 dólar australiano será via digital”, conta.

ESTUDO


O estudo de mercado ressalta que a Austrália é um mercado aberto ao comércio e a investimentos internacionais, que pratica tarifas relativamente baixas a produtos e serviços importados (5% é a tarifa de importação). A economia australiana apresentou recuperação no contexto da pandemia de Covid-19, com taxa de crescimento real do PIB de 3% já no segundo semestre de 2022 e projeção de crescimento real de 2,5% para 2023. O estudo pode ser acessado gratuitamente no site.