Abertura da Esplanada na véspera dos protestos de 8 de janeiro foi um erro, admite coronel da PM

Marcelo Casimiro afirmou à CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal que corporação não tinha informações nem planejamento

Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF
O coronel da Polícia Militar do Distrito Federal Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues admitiu ter sido um erro a decisão de abrir a Esplanada dos Ministérios na véspera dos protestos de 8 de janeiro. “Creio que sim”, disse ele nesta segunda-feira, durante depoimento como testemunha à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do DF que investiga os ataques às sedes dos Três Poderes.
Casimiro era o comandante do 1º Comando de Policiamento Regional (CPR) durante as manifestações que resultaram na invasão e depredação dos prédios. O CPR coordena uma série de batalhões da corporação, incluindo o 6º, que é responsável pela Esplanada dos Ministérios, mas o militar passava o domingo de folga.
Ele está entre as autoridades investigadas no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura omissões durante o 8 de Janeiro. No depoimento, o coronel afirmou, diversas vezes, que a PM não tinha planejamento nem informações de qualidade para tomar decisões. Questionado se houve erro e se o contingente era baixo, ele também admitiu que sim.
“Depois do acontecido, poderia ter tido mais policiais, sim. Mas isso veio da perspectiva do depois. Naquele momento que você não tinha informações, análise de risco, inteligência, não tinha nada, era razoável o efetivo. Se a gente tivesse a informação que ia invadir, quebrar tudo, eu seria o primeiro a pedir para o comandante geral, o DOP [Departamento de Operações da PM], todo o contingente”, afirmou Casimiro.
Ele também imputou a responsabilidade por erros ao major Flávio Silvestre de Alencar, preso na 12ª fase da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, que deu a suposta ordem a PMs para liberarem a passagem dos manifestantes até o STF. O próprio Casimiro escalou o major para chefiar o policiamento nas manifestações, mas disse que o policial era qualificado para atuar, na ocasião.