Polícia confirma 34 prisões em desdobramento de ação contra criminosos que atuavam no RS e em SC

Mulher de 23 anos foi presa no bairro Agronomia, na zona Leste de Porto Alegre

Foto: Polícia Civil / Reprodução

Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) da Polícia Civil confirmou à Rádio Guaíba, nesta quarta-feira, que prendeu uma mulher, de 23 anos, apontada como integrante de uma organização criminosa envolvida em crimes de lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, porte ilegal de munições e armas, extorsões, receptações e corrupção de menores, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Com a capturada da suspeita, em um imóvel no bairro Agronomia, na zona Leste da capital, soma-se 34 prisões no âmbito da ‘Operação Cantina’.

“A presa não tinha antecedentes, porém era uma das principais laranjas da organização criminosa. Ela emprestava conta bancária e CPF para depósitos, feitos pelas vítimas das extorsões. Era retido um percentual para ela e, a maior parte do valor, era pulverizado para a organização”, declarou o delegado Rafael Liedtke.

Delegado Rafael Liedtke. Foto: Record TV / Reprodução

Ainda conforme o titular da 2ª Delegacia do Departamento de Investigações do Narcotráfico, o grupo que foi desarticulado englobava traficantes da zonas Sul e Leste de Porto Alegre. Para o cometimento dos crimes, explicou o policial, uma facção com base no bairro Vila Jardim uniu-se com outra, oriunda da Viela 7, na Vila Cruzeiro do Sul.

Entenda a Operação Cantina 

Policiais civis gaúchos e catarinenses deflagraram a ação, no início da semana, simultaneamente em Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada, Viamão, Tramandaí, Imbé e nos bairros Ingleses e Carianos, em Florianópolis, Santa Catarina.

De acordo com o delegado Rafael Liedtke, as investigações tiveram início há 11 meses, com a captura de um homem, no município de Cachoeirinha. Com ele foram apreendidos uma pistola Taurus G2c calibre.9mm e um veículo Mercedes-Benz, avaliado em R$160 mil. A partir dessa prisão, foi constatada a existência de um grupo criminoso com ramificações no estado vizinho.

Segundo o apurado, um dos líderes da organização, que se trata de um dos braços de uma das facção gaúcha, já esteve preso em presídios da Capital, onde exerceu a função de cantineiro e fez diversos contatos com faccionados. Em liberdade, mas em razão desses contatos, o traficante arregimentou outros criminosos, geralmente presos, para ajudarem na prática do conhecido golpe dos nudes.

Através de redes sociais, grupo entrava em contato com homens de classe média-alta por meio de perfis falsos de mulheres jovens, para obter fotografias das vítimas nuas. A partir de então, as lideranças iniciavam uma série de extorsões.

A segunda etapa do esquema era a receptação do produto das extorsões, por pessoas também aliciadas pela organização. Essas posteriormente pulverizavam o dinheiro entre laranjas, até que o montante voltasse para os responsáveis pelas extorsões. Ainda conforme a investigação, parte do lucro retroalimentava o tráfico de drogas e de armas.