Pandemia gera reflexos na Educação Superior

Pesquisa do Inep aponta efeitos educacionais gerados nas IES do país, em razão das restrições enfrentadas no período de Covid-19

Foto: Reprodução / Pixabay / R7

Instituições federais de Ensino Superior (Ifes) ficaram, em média, 148 dias sem aulas – remotas ou presenciais – durante a pandemia de Covid-19. Já em Instituições de Ensino Superior (IES) estaduais foram 73 sem aulas; municipais, 12 dias; e privadas, 18 dias. Assim, 65% das federais tiveram ou teriam menos de 200 dias de efetivo trabalho acadêmico em 2020. E, no mesmo período, esteve ou estaria mantido o mínimo de 200 dias letivos em 91% das particulares; 88%, municipais e 77%, das estaduais.

Os dados são da pesquisa “Resposta Educacional à Pandemia de Covid-19 no Brasil – Educação Superior”, divulgada nesta semana (em 16/5), pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Participaram do levantamento 2.457 instituições de Ensino Superior no país, abrangendo mais de 8,6 milhões de matrículas de graduação e de cursos sequenciais de formação específica (box). A aplicação foi via questionário, com objetivo de verificar os impactos da pandemia nas IES e as estratégias adotadas para manter as atividades.

A pesquisa reúne dados sobre ajuste de calendários acadêmicos; adoção de ferramentas digitais para oferta de ensino remoto; apoio psicológico a alunos e docentes; suspensão de estágios; entre outras ações.

Do total de instituições que não responderam ao questionário, 69,6% (1.709) não precisaram ajustar o término do ano letivo, porém, a maioria são privadas (95,4%). Nas publicas, mais de 74% (226) das participantes precisaram rever o calendário acadêmico. Dentre as IES públicas que ajustaram as datas, 34% finalizaram as atividades letivas no 4º trimestre/2020; 15%, no 1º trimestre/2021; 24%, no 2º trimestre/2021; 13%, no 3º trimestre/2021; e 8%, no 4º trimestre/2021. Junto às particulares, os maiores percentuais ocorreram no 4º trimestre/2020 (44%) e 1º trimestre/2021 (47%). E, ainda, cerca de 4% (públicas) e 2% (privadas) das IES declararam não ter uma data prevista para o término do ano letivo.

Em relação à adoção de ferramentas digitais para ofertar o ensino remoto aos estudantes, as três principais estratégias declaradas pelas IES públicas para a manutenção da aprendizagem dos acadêmicos foram: realização de aulas ao vivo (97%); utilização de novas ferramentas digitais de ensino-aprendizagem (96%); e adaptação dos processos de avaliação dos alunos para o formato remoto (93%). No caso das IES privadas, destacam-se essas mesmas estratégias, com os respectivos percentuais: 95% aulas ao vivo; 92%, novas ferramentas; e 94%, adaptação.

A maioria das IES ofereceu apoio psicológico, em atendimentos individuais ou em grupo, visando aliviar as sensações provocadas pela pandemia, tais como ansiedade, angústia e luto. Nas públicas, 75% deram apoio aos alunos; 62%, aos docentes; e 61%, aos técnicos-administrativos. Na rede privada os percentuais foram, respectivamente, de 62%, 61% e 60%.

Do total de IES brasileiras que responderam esta pesquisa do Inep, 89,2% (2.192) declararam possuir atividade profissional ou estágio obrigatório presenciais referente ao ano letivo de 2020. E, destas, mais de 68% (1.678) informaram ter suspendido alguma dessas referidas atividades profissionais.