A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou R$ 3,8 bilhões em pagamentos indevidos do Auxílio Brasil em 2022. As informações aparecem em relatório ao qual o R7 teve acesso. O montante chegou aos beneficiários entre janeiro e outubro do ano passado. No período, foram liberadas 8,2 milhões de parcelas do benefício para mais de dois milhões de famílias. De acordo com os auditores, foram pagos no período R$ 218 milhões por mês a 468 mil famílias não aptas a receber o benefício.
No relatório, o órgão do governo federal informou que o programa teve orçamento de R$ 9,2 bilhões em 2021 e de R$ 113 bilhões em 2022, disponibilizados para mais de 62 milhões de pessoas ao todo.
O Auxílio Brasil, criado pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no fim de 2021, substituiu o Bolsa Família, elaborado pelo PT. Eram consideradas aptas a obter o benefício as famílias em situação de extrema pobreza, que recebem menos de R$ 105 por mês. O governo começou o pagamento em dezembro daquele ano, com valor mínimo de R$ 400.
Bolsa Família
Após assumir o Palácio do Planalto, em 1º de janeiro deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou a retomada do Bolsa Família. Na volta do programa, o pagamento passou a ser de R$ 600 e foram criados dois benefícios complementares, levando em conta o tamanho e as características de cada família.
Um deles é voltado para dar atenção à primeira infância — são R$ 150 para cada criança de até 6 anos. O segundo, de renda e cidadania, prevê R$ 50 para cada integrante com idade entre 7 e 18 anos incompletos e gestantes.
Em contrapartida, o governo retomou as condições para participar do programa, como a carteira de vacinação em dia, a frequência escolar das crianças e o acompanhamento pré-natal para gestantes. As mudanças ampliaram os gastos do Bolsa Família. O governo alega, contudo, que esse aumento deve ser compensado com a retirada de beneficiários irregulares.