A estiagem que afetou o estado na última safra foi responsável por uma perda de 16,3 milhões de toneladas, atingindo especialmente as lavouras de milho e soja. Os produtores impactados pela seca tem a possibilidade de prorrogação de suas dívidas, conforme aponta o Manual do Crédito Rural. A Farsul aponta a reorganização orçamentária como forma de permitir os acordos entre bancos e agricultores.
Apesar de estar no Manual do Crédito Rural, as prorrogações estão com dificuldades de serem concretizadas pela falta de recursos federais. Já em março, quase a totalidade do orçamento do ano para as rubricas que cobriram os Custos Administrativos e Tributários (CAT) e a equalização da Agricultura Familiar já haviam sido empenhadas. Em Nota Técnica, a Farsul, por meio da sua Assessoria Econômica, avaliou em R$ 215,9 milhões os recursos necessários para cobrir a parte do Governo federal nesses acordos.
A indicação da Federação é que o valor seja remanejado do orçamento da Formação de Estoques Públicos – AGF que é de R$ 715.982.401,00. Até o momento foi empenhado R$ 42.663.316,14, menos de 6%. O levantamento realizado pela Assessoria Econômica destaca que apenas o Banco do Brasil vem conseguindo realizar essas operações de prorrogações sem problemas. As demais entidades financeiras têm o interesse e estão esbarrando na falta de recursos. “Estamos apresentando o problema e também a solução, mas a decisão de fazer ou não é política”, comenta o economista-Chefe da Farsul, Antônio da Luz.