Exército descarta abrir processo contra Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro preso pela PF

De acordo com militares, tenente-coronel "encontra-se à disposição da Justiça" e está custodiado em Organização Militar do Exército

Foto: Alan Santos / Presidência

O Exército do Brasil informou que não vai abrir procedimento administrativo para apurar o suposto envolvimento em crimes do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) preso na quarta-feira passada pela Polícia Federal.

“Não será aberto procedimento administrativo, pois o militar encontra-se à disposição da Justiça”, disse o Exército em nota enviada à reportagem. Segundo a força, o tenente-coronel cumpre prisão preventiva custodiado em Organização Militar do Exército.

Mauro Cid se tornou alvo da operação que investiga a atuação de uma associação criminosa que inseria dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Além dele, foram presos Max Guilherme e Sérgio Cordeiro, que também trabalharam com o ex-presidente Bolsonaro.

O ex-ajudante de ordens depôs à PF no dia da prisão. Durante a ação, agentes da instituição apreenderam US$ 35 mil e R$ 16 mil em espécie na casa dele, em Brasília. A casa de Bolsonaro na capital federal também virou alvo de busca e apreensão.

Viagem aos EUA

Reportagem do R7 mostrou que Cid viajou para os Estados Unidos com a família com dados de vacinação contra a Covid-19 supostamente fraudados, segundo investigação da PF. A viagem ocorreu em dezembro do ano passado. O ex-ajudante de ordens e os familiares retornaram em janeiro. Desde dezembro de 2021, a comprovação de vacinação com ao menos duas doses contra a Covid-19 é necessária para entrar nos EUA.

Cid, a esposa, Gabriela Santiago Ribeiro Cid, e as três filhas ficaram em Miami entre 21 de dezembro de 2022 e 20 de janeiro deste ano. Na época do embarque, Bolsonaro ainda era presidente. Em fevereiro de 2023, a família viajou para Bruxelas, na Bélgica, com conexão em Madri, na Espanha. Eles retornaram ao Brasil em 23 de fevereiro, pelo aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Naquele período, os dois países já não exigiam comprovante de imunização.