Superintendência do Mapa no RS tem novo comando

Com escritório em Porto Alegre, a Superintendência do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) no Rio Grande do Sul tem nova liderança. Empossado na quinta-feira (27), o engenheiro agrônomo José Cleber Dias de Souza, que exercia o cargo de auditor fiscal federal agropecuário, assume o comando do órgão guiado pela visão de uma “gestão integrada” com as diversas instituições atuantes no setor agropecuário – dentro e fora da porteira.

À frente da pasta, Souza diz que dará continuidade aos serviços de segurança sanitária e apoio à produção no Estado. O calendário de ações, segundo o dirigente, será definido com base nas prioridades do ministério e do governo federal. “Um elemento que para nós é importante é ‘sintonizar’. Aí, ganha importância esse espaço de diálogo com as organizações do setor, para a coordenar as agendas de cada instituição, para que a gente nem se sobreponha nem faça competição”, afirma.

Formado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Souza entrou para os quadros do Mapa em 2008, trabalhando na área laboratorial do ministério, em análise de sementes. No ano seguinte, foi designado para a Superintendência do órgão no Estado, onde desenvolveu uma trajetória ligada à agroecologia. O agrônomo participou da regulamentação da lei dos orgânicos, que entrou em vigor em 2011 a partir de uma instrução normativa do ministério. “Acompanhei o final da elaboração dos regulamentos técnicos e a implementação no Brasil. O Rio Grande do Sul sempre teve destaque (nesse tipo de agricultura), com o maior número de unidades de produção, mas muito parelho com o Paraná”, recorda.

O processo, segundo Souza, ainda não foi concluído. Desde então, ele vem atuando na formulação de acordos de reconhecimento mútuo para facilitar o trânsito e o comércio de orgânicos certificados entre os países do Mercosul. “Acho que (a minha nomeação) tem uma ligação muito forte com o que conseguimos construir ao longo desse período, um processo de diálogo, avaliação, planejamento e execução de ações com as organizações de agricultores, mas também com instituições públicas e da sociedade civil que têm relação com essas temáticas”, diz.

Entre os desafios de sua gestão, Souza destaca também a atenção a temas que lhe são caros do ponto de vista pessoal, como a adaptação da agropecuária ao contexto de mudança climática. “São temas emergentes, em que as tecnologias e sistemas de produção concebidos visando reduzir a emissão e aumentar a absorção de carbono também prevejam as especificidades do ciclo hidrológico, para adaptar os diferentes cultivos e criações à disponibilidade de precipitação e à maior retenção de águas”, detalha.

Hoje, o Mapa tem 348 servidores no Rio Grande do Sul. Desse total, 109 são vinculados à Superintendência e 239 atuam no Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) e no Serviço de Inspeção de Produtos de Origem (Sipoa), ambos sob gestão direta da Secretaria de Defesa Agropecuária, em Brasília. Há ainda profissionais lotados no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária no Rio Grande do Sul (LFDA-RS), também coordenado pela secretaria.

Por Patrícia Feiten / CP