Jornalista questiona por que Ministério da Saúde só está avisando agora sobre casos de trombose ligados às vacinas

Imunizantes em questão são o da AstraZeneca e o da Janssen

Foto: Guilherme Almeida/CP

Nos últimos dias, repercutiu nas redes sociais o trecho de um vídeo do jornalista e comentarista da Rádio Guaíba, Alexandre Garcia em que ele alega que o Ministério da Saúde só está divulgando agora (2023) a ligação entre casos de trombose e as vacinas de adenovírus — da Janssen e da AstraZeneca.

“Vejo aqui que o Ministério da Saúde está avisando que há perigo de trombose em vacinas da Janssen e da AstraZeneca — que, aliás, a Fiocruz parou de produzir. Avisando agora. Faz um ano e quatro meses que o então presidente da república [Jair Bolsonaro] avisou, mas os jornais trataram de menosprezar, invalidar o alerta, dizendo ‘não tem provas’.
Em 2021 um estudo publicado na revista científica Nature Medicine constatou que a vacina anti-Covid da AstraZeneca pode causar problemas sanguíneos em 1,13 caso a cada 100 mil pessoas que receberam a primeira dose do imunizante, até 27 dias após a aplicação. Em 2022, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) reforçou que “casos raros de trombose em combinação com trombocitopenia (TTS) associados a vacinas contra a Covid-19 com vetor de adenovírus têm sido detectados no Brasil e no mundo”.
A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), responsável pela produção da vacina AstraZeneca no Brasil, também deixou claro que a relação do imunizante com casos de trombose não é de causalidade (causa e efeito). O posicionamento da Fiocruz ocorreu após boatos de que o imunizante havia sido descontinuado no Brasil por causa de casos de trombose em pessoas acima de 40 anos, principalmente entre as mulheres.

Porém, a vacina apenas passou por uma mudança de recomendação espelhada em evidências científicas recentes — indicada preferencialmente a indivíduos a partir de 40 anos, mas sem contraindicação ou proibição para o uso na faixa etária de 18 a 40 anos.

Segundo a Anvisa, é comum que vacinas de primeira geração (como as da AstraZeneca e da Janssen) sejam substituídas por outros imunizantes atualizados, que protejam contra as novas mutações do coronavírus.