Em novo embate entre governo e Banco Central, desta vez em debate sobre juros organizado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, nesta quinta-feira, 27, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que a principal contribuição da autoridade monetária é cumprir sua missão de controlar a inflação. “O BC tem preocupação enorme com agenda social. Não se consegue estabilidade social com inflação descontrolada”, disse o dirigente no encontro em que também participam o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
Campos Neto também sustentou que a redução da taxa Selic não necessariamente resulta em mais crédito na economia ou juros longos mais baixos. “Se baixar o juro sem credibilidade, o crédito cai. Temos spreads mais baixos hoje em todas as categorias de crédito.”
Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o governo tem se caracterizado por anunciar medidas corretivas para as contas públicas desde o início do ano e isso se manterá em maio, mas não deu detalhes sobre quais seriam as medidas. Para a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), também participante do encontro, as decisões do Banco Central têm consequências políticas. Entretanto, afirmou que a autonomia do órgão é importante para a estabilidade econômica e que o governo não interfere nas decisões técnicas.